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Em depoimento, repórter diz que ficou em três cativeiros

No depoimento, que já dura mais de três horas, Portanova repetiu a mesma versão apresentada na madrugada, mas disse que ficou em pelo menos três cativeiros

Por Agencia Estado
Atualização:

O repórter da TV Globo Guilherme Portanova chegou à sede do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), em São Paulo, às 15h23 para prestar novo depoimento sobre seu seqüestro comandado pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Abatido e com o semblante sério, Portanova não conversou com a imprensa na chegada ao Deic. A assessoria de imprensa da emissora informou que o repórter não vai dar declarações públicas e que poderá fazê-lo por meio de uma nota oficial da emissora. No depoimento, que durou mais de três horas, Portanova repetiu a mesma versão apresentada na madrugada, mas disse que ficou em pelo menos três cativeiros, segundo revelou um dos delegados que saiu do Deic no meio do depoimento e conversou com a imprensa. A polícia ainda não sabe a localização exata dos cativeiros, mas diz que um deles fica na zona sul de São Paulo. Em entrevista coletiva nesta tarde, na Divisão Anti-Seqüestro (DAS), o delegado Wagner Giudice disse que a polícia trabalha com a hipótese de que o seis pessoas participaram do seqüestro de Portanova e que já tem alguns suspeitos, todos com ficha na polícia. Giudice não quis revelar quem são os suspeitos e disse que o repórter ainda não reconheceu nenhum criminoso. Portanova foi levado por seqüestradores às 8 horas de sábado, 12, quando estava em uma padaria nas proximidades da emissora, com o auxiliar técnico Alexandre Calado, e libertado na madrugada desta segunda-feira, 14. Calado foi libertado ainda na noite de sábado com um DVD com a gravação de um depoimento produzido pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), com a orientação de que o material fosse veiculado na íntegra pela emissora, para garantir a vida do repórter. No vídeo, um criminoso, usando uma touca ninja, exige o fim do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) implantado no sistema prisional paulista. O vídeo foi divulgado na madrugada de domingo, mas Portanova foi liberado somente por volta da 0h30 desta segunda, em uma rua do bairro do Morumbi, na zona sul de São Paulo.

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