PUBLICIDADE

Em nova operação, Polícia apreende R$ 2,5 mi em moedas

Após medida judicial que proíbe jogos de azar em SP, polícia faz nova ofensiva

Por Agencia Estado
Atualização:

Dois milhões e meio de reais em moedas e centenas de máquinas de videobingo e de caça-níqueis foram apreendidas durante a mais nova ação da Polícia Civila contra a jogatina em São Paulo. Conseqüência da decisão do juiz Edson Aparecido Brandão, da 5ª Vara criminal de São Paulo, que proibiu o jogo de azar eletrônico em São Paulo, a operação envolve homens do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) e da Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), que têm autorização de lacrar toda e qualquer máquina, sem a necessidade um laudo que comprove se tratar de máquina de azar. Oito grandes bingos da Capital estão no foco da operação, em que a polícia espera capturar pelo menos 800 caça-níqueis, nesta sexta. O dinheiro foi coletado por investigadores e depositado em uma conta específica na Caixa Econômica Federal. A retomada das ações contra a jogatina em São Paulo se deve ao prazo de dez dias dada pela Justiça para que a polícia apreenda todos os 180 mil caça-níqueis da cidade. O tempo passou a contar a partir desta sexta e é resultado da sentença do juiz Brandão. Desde a manhã, policiais civis recomeçaram a apreender e lacrar as máquinas espelhadas por bares, restaurantes, padarias, lanchonetes, casas lotéricas e bingos. Além de determinar a apreensão, o juiz dispensou a polícia de realizar perícia, pois considerou ser notório que as máquinas são um jogo de azar. Com isso, o trabalho da polícia foi facilitado. A ação de ontem, apesar de envolver todas as delegacias da cidade, concentrou-se na região central, onde estão cerca de 50% dos caça-níqueis em funcionamento na capital. O primeiro lugar que os policiais fecharam foi na Avenida Rio Branco, a cerca de cem metros da 1ª Delegacia Seccional. A ordem do juiz Brandão foi a pá de cal nos caça-níqueis de São Paulo. A decisão deixou sem retaguarda jurídica todas as máquinas em funcionamento. Para que ela deixe de ter validade seria necessário uma nova liminar judicial em favor da máfia da jogatina contra a sentença do magistrado. Os investigadores do Decap estão lacrando as máquinas e as deixando sob a guarda dos comerciantes, que são declarados depositários fiel dos caça-níqueis. Ofensiva contra os jogos de azar O cerco ao jogo ilegal no País começou com duas operações da Polícia Federal. No dia 13 de abril, a PF deflagrou a Operação Hurricane (furacão, em inglês) em que prendeu 25 pessoas, entre advogados, policiais, juízes e empresários envolvidos com o jogo do bicho. No escopo da ação estava a suspeita de que uma quadrilha com ramificações até no STJ agiria em favor da máfia dos bingos e caça-níqueis. Dos 25 presos, quatro foram libertados pelo STF, os outros 21 estão detidos no Rio, onde participam de interrogatórios na 6ª Vara Federal. Em outra frente, a Operação Têmis, cujas investigações começaram em agosto de 2006, aponta para a existência de um suposto esquema de compra e venda de decisões judiciais. Em alguns casos, inclusive, a PF suspeita da participação de juízes e desembargadores federais, que receberiam um "mensalinho" em troca de sentenças, inclusive liminares favoráveis ao funcionamento de bingos e casas de caça-níqueis.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.