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Em pronunciamento, Lula volta a prometer desenvolvimento

O presidente destacou ainda a transparência e a democracia nas eleições e prometeu "política econômica correta com uma forte sensibilidade social"

Por Agencia Estado
Atualização:

Em pronunciamento em cadeia de TV na noite desta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a prometer desenvolvimento em seu segundo mandato. "Será desenvolvimento com distribuição de renda e educação de qualidade. E é em torno desta proposta, capaz de unir todos os brasileiros e brasileiras, que venho pedir o esforço e o entendimento nacionais". Ele disse que pretende continuar fazendo um governo que conjugue uma política econômica correta e uma forte sensibilidade social, com uma gestão administrativa eficiente e um comando político acertado. "Um governo que continue a diminuir as desigualdades entre pessoas e regiões. Um governo que aprofunde, ainda mais, a inserção soberana do Brasil no mundo". O presidente afirmou que o Brasil tem todas as condições para crescer mais rápido. "Temos tudo para aumentar o emprego, melhorar a educação, a saúde e a segurança. Mas vamos fazer isso com grande responsabilidade na área fiscal e controle da inflação. Só assim vamos entrar, definitivamente, na rota do crescimento de longo prazo. Só assim vamos continuar crescendo, gerando empregos e distribuindo renda. Só assim vamos fazer do Brasil a nação livre e justa que nós todos sonhamos". Oposição e sociedade Lula conclamou os partidos de oposição e a sociedade, a começar pelas lideranças políticas, a unir o Brasil em torno de uma agenda comum de temas de interesse geral. "É um chamamento maduro e sincero feito por um presidente que está saindo de uma vitória expressiva nas urnas, que conta com o apoio majoritário dos governadores eleitos e que terá uma base sólida no Congresso Nacional", afirmou Lula. O presidente disse que já tem experiência suficiente para saber que para fazer as coisas com a velocidade que o Brasil necessita é preciso contar com o empenho e a boa vontade de amplos setores da vida nacional, entre eles a oposição. "Nada vai mudar meus ideais e minhas convicções. Sei que o mesmo ocorre com os meus opositores. É esta diversidade de posições que enriquece a democracia. Mas isso não pode impedir que avancemos nos grandes temas de interesse coletivo", disse Lula. Em seguida, ele citou um exemplo de algo que precisa ser feito pelos dois lados. "É preciso agilizar a votação de matérias importantes que já estão no Congresso, como o Fundo Nacional de Educação Básica (Fundeb), que vai aumentar em dez vezes os recursos para o ensino básico; a lei geral da micro e pequena empresa, que vai diminuir impostos e a burocracia para o empreendedor; e a reforma tributária que vai tornar mais justa a cobrança de tributos e reforçar o equilíbrio federativo". O presidente disse ainda que é necessário, igualmente, criar um clima de profunda responsabilidade republicana para a discussão e votação de reformas importantes, a começar pela reforma política. "É preciso, também, a união das forças regionais em favor de projetos de desenvolvimento já em curso e que trarão progresso para todos os estados do país, como os do Pólo Petroquímico do Rio de Janeiro, da Refinaria de Pernambuco, do Polo Siderúrgico do Ceará, da ferrovia Transnordestina, dos mais de 4 mil quilômetros de gasodutos interligando todo o Brasil, das hidrelétricas do Rio Madeira, das BRs 101 Sul e Nordeste e da BR 163, entre tantos outros". Eleições Lula disse que as eleições de domingo foram as mais transparentes e democráticas da nossa história. "E isso não se deu por acaso. Isso ocorreu por causa do amadurecimento de nossas instituições, da postura dos candidatos e, muito especialmente, da ação e vigilância do nosso povo. Houve, ainda, um fator inédito e decisivo : pela primeira vez, o Brasil enfrentou uma disputa presidencial sem nenhum tipo de abalo econômico, seja antes, durante ou depois das eleições. A estabilidade é uma das conquistas que precisamos manter e ampliar. Mas temos, também, várias outras. E elas ficaram muito claras nestas eleições". O presidente lembrou que algumas pessoas afirmavam que a disputa presidencial iria dividir o Brasil em dois - "e isso não ocorreu". Para ele, a exposição franca dos problemas mostrou, para toda a sociedade, que ainda existem brasis profundamente desiguais. "E o quanto é urgente e necessário que as desigualdades sociais e regionais diminuam", continuou. Questões éticas No pronunciamento de 6 minutos e 10 segundos, Lula disse ainda que o Brasil tem uma enorme dívida social a resgatar, um grande atraso político a vencer e questões éticas a discutir e superar. "No que depender de mim, vou acelerar a solução de todas as pendências e estimular democraticamente os outros poderes a fazerem o mesmo. Continuarei empenhado em que os órgãos de investigação e da Justiça apurem todas as denúncias de corrupção e que os verdadeiros culpados sejam exemplarmente punidos".

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