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Em Ribeirão, a 1ª blitz antifumo

Visita de fiscais a bares foi apenas para conscientização dos fumantes, já que lei passa a vigorar só em agosto

Por Brás Henrique e RIBEIRÃO PRETO
Atualização:

Tiveram início ontem as blitze da lei antifumo no Estado de São Paulo. Desde as 21h52, cinco choperias na Avenida Independência, região central de Ribeirão Preto, receberam visitas de fiscais da Fundação Procon e da Vigilância Sanitária. Mas o que mais chamou a atenção de clientes e garçons foi a utilização dos monoxímetros (versão para a fumaça dos bafômetros da lei seca). Entre os que foram surpreendidos pela medição estava o engenheiro mecânico Renio Zuquim, de 32 anos, fumante desde os 13. A medição de monóxido de carbono deu 56 ppm (partes por milhão), o que equivale a dizer que o profissional está na faixa de "fumante perigosamente ativo". "Isso me assustou, sempre fumei, fiz exames e não deu em nada", disse Zuquim, que não se mostrou irritado com a fiscalização. "Sou a favor, tenho uma filha de 10 anos e em casa, por exemplo, não fumo." Na mesma mesa, no deque da Choperia Pinguim, o também engenheiro mecânico Adilson Moreira, de 48 anos, tentava convencer o colega havia três horas. "Ele precisa parar (de fumar)." O exame dele deu 5 ppm, enquanto o garçom que os atendia, Paulo Sérgio de Souza, de 43 anos e com 27 de Pinguim, registrou 3 ppm no aparelho. Essa é a faixa dos não fumantes. O limite da zona de perigo, para quem não é fumante, é de 10 partes por milhão. Fumantes ativos ficam entre 26 e 33 ppm. Os monoxímetros seriam levados ainda na madrugada para as Choperias Jordiano, Chopp Time, Água Doce Cachaçaria e Restaurante S.A.. Hoje, as blitze com caráter educativo prosseguem em Bauru. "As multas só serão aplicadas a partir de 6 de agosto", informou a coordenadora das equipes, Maria Cristina Megid, que veio de São Paulo para a fiscalização. Ela entregou aos gerentes das choperias a lei com as determinações que vetam o fumo em ambientes coletivos. "Por enquanto, estamos só conscientizando as pessoas", completou o diretor de Fiscalização da Fundação Procon de São Paulo, Paulo Góis, que também acompanhou os trabalhos. Ele adiantou que, em dois meses, será unificada a fiscalização por agentes sanitários e de defesa do consumidor. "Os códigos (sanitário e do consumidor) preveem multas diferentes, que podem chegar a R$ 3 milhões, mas vamos estabelecer um padrão de condutas." Todas as penalizações recaem sobre os estabelecimentos, mesmo aqueles em que não haja fumantes flagrados, mas o "fumômetro" detectar níveis perigosos de concentração de tabaco. Nenhuma multa será aplicada aos fumantes.

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