
09 de outubro de 2010 | 00h00
Enquanto o tucano José Serra fez campanha em Vitória da Conquista - terceiro maior colégio eleitoral da Bahia e um dos poucos que lhe deram a vitória no primeiro turno -, os diretórios regionais do PMDB e do PT fizeram eventos paralelos de apoio à petista Dilma Rousseff em Salvador.
O encontro do PMDB, que contou com a presença do presidente nacional do partido e vice na chapa de Dilma, Michel Temer, foi uma tentativa de "acalmar" os militantes, que se consideraram traídos pela petista na eleição estadual. A candidata abriu mão do palanque do candidato a governador Geddel Vieira Lima (PMDB), para apoiar exclusivamente Jaques Wagner (PT), reeleito em primeiro turno.
"O que motiva o apoio do PMDB da Bahia (a Dilma) é a candidatura de Michel Temer à Vice-Presidência", discursou Geddel. "Não poderia estar longe daquele que sempre esteve ao meu lado."
Religião. Já Temer preferiu criticar a "grande exploração" de temas religiosos na campanha. "Nos países onde se confundem fé e Estado, as coisas não andam bem", ponderou. "A fé não pode ser usada eleitoralmente."
A poucos quilômetros dali, o PT reuniu 2 mil militantes do Estado para traçar a estratégia no segundo turno no Estado. "Teremos acima de 70% de votos em Dilma na Bahia", garantiu Wagner. No primeiro turno, a candidata ficou com 62,62%.
As críticas a um suposto uso político da religião e à exploração da posição de Dilma sobre o aborto também ocuparam o encontro petista. "O PT sempre dialogou com todas as religiões. Eu duvido que tenha outro partido com tantos católicos e evangélicos praticantes como o PT", disse o governador eleito, chamando as críticas de "falsa polêmica".
Ele também qualificou de "fascista" o uso eleitoral da posição de Dilma sobre o aborto. "Não conheço ninguém que seja a favor do aborto. O que nós defendemos é o planejamento familiar, acesso à educação sexual, para que as pessoas possam decidir qual o tamanho de suas famílias."
Para o senador eleito Walter Pinheiro (PT-BA), que é evangélico, partidos e governos "não podem se intrometer" em questões de fé. "Dilma não é candidata a pastora ou mãe de santo, mas a presidente", justificou.
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