Em SP, as ''raposas voadoras''

Seis exemplares do maior morcego do mundo estão em exposição

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Por Edison Veiga
Atualização:

Desde ontem, seis exemplares do maior morcego do mundo podem ser vistos no Aquário de São Paulo, no Ipiranga. São dois machos e quatro fêmeas, com cerca de 2 anos de idade e pouco mais de 1 metro de envergadura - ou seja, da ponta de uma asa à ponta da outra. Quando adultos, morcegos dessa espécie, chamados popularmente de "raposas voadoras", chegam a medir 1,8 metro de envergadura. Em cativeiro, vivem mais de 20 anos. Para abrigar esses mamíferos, nativos do Sudeste Asiático, a instituição preparou um recinto de mais de 40 m² e 8,5 metros de altura - o cenário inclui galhos de árvores, uma cascata e destroços de um avião, em referência à Ilha de Java, castigada com bombardeios durante a Segunda Guerra. "Tivemos de planejar para que os galhos ficassem com alturas diferentes, pois os morcegos costumam se organizar de acordo com uma hierarquia", explica a bióloga Laura Ippolito, há quatro anos funcionária do Aquário. Apesar de o espaço só ter sido aberto ao público ontem, os morcegos chegaram a São Paulo há duas semanas. "Ainda passam por um processo de adaptação", diz a bióloga. "Aos poucos, estamos invertendo o fotoperíodo deles, de hábitos noturnos, para que a população possa observá-los em atividade durante o dia." Nascidos em cativeiro, os animais foram adquiridos de um zoológico argentino. Mas esqueça a ideia de que esse bichão se alimenta de sangue, como um vampiro de cinema. "Existem quase mil espécies de morcegos no mundo e só três são hematófagas", esclarece o veterinário William Stutz, presidente da Ação Ambiental Morcego Livre, ONG criada com o objetivo de desmistificar os morcegos e mostrar sua importância ao meio ambiente. "As ?raposas voadoras? costumam se alimentar de frutas." De acordo com Stutz, que estuda os mamíferos voadores há 26 anos, 70% das variedades de morcegos são insetívoras. Inaugurado há dois anos e meio, o Aquário de São Paulo conta com 3 mil animais, de cerca de 500 espécies. A maioria é peixe. Seus principais destaques são o espaço dos pinguins - com cinco exemplares adquiridos há seis meses - e um tanque de 1 milhão de litros de água salgada onde vivem seis exemplares de tubarão-lixa. Serviço Aquário de São Paulo. Rua Huet Bacelar, 407; Ipiranga; (0XX11) 2273-5500. R$ 20,00. www.aquariodesaopaulo.com.br D

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