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Em trabalho ininterrupto, resgate em Fortaleza mobiliza 135 bombeiros e voluntários

Grupos recebem doação de comida e pomadas; expectativa de encontrar sobreviventes diminui a cada dia

Por Lôrrane Mendonça
Atualização:

FORTALEZA - Na área do desabamento do Edifício Andréa, em Fortaleza, bombeiros usam máquinas nos escombros. Desde a terça-feira, 15, a esperança de encontrar os desaparecidos com vida diminui a cada dia, mas nos pontos onde ainda há alguma chance de haver sobreviventes, continua o trabalho manual, mais lento. A equipe de 135 bombeiros, que se revezam de forma ininterrupta, tem ainda a ajuda de voluntários. 

Bombeiros buscam vítimas sob os escombros do Edifício Andréa, que desabou na manhã de 15 de outubro Foto: Jarbas Oliveira/EFE

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Até a noite desta sexta-feira, 18, sete corpos já haviam sido encontrados e ainda havia dois desaparecidos. "Quanto mais o tempo passa, obviamente as possibilidades diminuem, mas não zeram”, afirma o Coronel Eduardo Holanda, comandante da operação desde o início.  "O colapso foi muito forte e isso dificulta ainda mais a progressão", acrescenta.  

"Meu estado físico, de toda a equipe e também dos voluntários é de muito cansaço, mas de extrema energia positiva", afirma Holanda. A expectativa dos bombeiros é de que toda a ação de resgate dure uma semana.

O empacotador José Carlos da Rocha, de 43 anos, é um dos voluntários que ajudam na retirada de entulhos e eletrodomésticos  “Estou trabalhando aqui desde terça. Mas, apesar da tristeza desse acontecimento, estou feliz em poder ajudar de alguma forma. É a minha missão, até terminar." 

Ele também diz seguir um regime de revezamento. “É uma turma grande, sabe?", conta. "A máquina tira o mais pesado e a gente ajuda a tirar o que a gente consegue aguentar. Já tirei máquina, geladeira." Ausente do supermercado, José Carlos disse que o patrão não vai descontar do salário os dias de ajuda aos bombeiros.

Entre os donativos mais comuns que chegam ao local, estão isopores carregados com água e gelo até materiais, como pomadas e spray para alívio de tensão muscular, máscaras e luvas. Marmitas, além de barras de cereais, sucos e doces, alimentam os grupos no local e o que sobra é doado a moradores de rua. 

Profissionais da saúde também estão a postos. A estudante de Odontologia Rebeca Rutchele, de 23 anos, é outra voluntária que oferece ajuda todos os dias. "Faz parte ajudar o próximo", diz a jovem. “É o mínimo que posso fazer, ofertar um pouco do meu dia." 

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Veja quem são os mortos no desabamento do Edifício Andréa, em Fortaleza

  • Frederick Santana dos Santos, de 30 anos
  • Izaura Marques Menezes, de 82 anos
  • Antônio Gildasio Holanda, de 60 anos
  • Nayara Pinho Silveira, de 31 anos
  • Maria da Penha Bezerril Cavalcante, de 81 anos
  • Rosane Marques de Menezes, de 56 anos
  • Vicente de Paulo Vasconcelos de Menezes, de 86 anos

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