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Em um ano, Fernandinho Beira-Mar lavou R$ 61,8 milhões do tráfico

Operação prendeu 8 pessoas no Rio e desarticulou esquema com ramificações em SP, BH e Foz

Por Pedro Dantas e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

RIO - Oito pessoas foram presas na quinta-feira, 12, na Operação Scriptus da Polícia Civil do Rio para desarticular um dos esquemas de lavagem de dinheiro dos traficantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV), comandada por Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que movimentou R$ 61,8 milhões em apenas um ano.

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As investigações começaram há 10 meses, após a descoberta de 14 manuscritos de Beira-Mar em favelas do Complexo do Alemão, na zona norte da cidade. Eles tinham instruções para comparsas do CV, além de comprovantes de depósitos bancários e notas fiscais.

Segundo policiais, Beira-Mar liderava uma organização criminosa dividida em células autônomas, com ramificações em Foz do Iguaçu (PR), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS) e São Paulo. Responsável pela distribuição de drogas ilícitas e armas de fogo nas favelas do Rio dominadas pela facção, ela também atuava na lavagem do dinheiro obtido no tráfico.

O esquema envolvia 112 pessoas físicas e 70 pessoas jurídicas e tentava pulverizar o dinheiro ilícito com pequenos depósitos em várias contas bancárias para tentar burlar o sistema de prevenção de lavagem do Conselho de Controle de Atividades Financeiras do Ministério da Fazenda.

Empresas fictícias. Outra tentativa dos criminosos era mesclar o lucro do tráfico com ativos de origem lícita de empresas. Das três empresas envolvidas no esquema de lavagem, duas eram fictícias. As empresas reais exerciam atividades de comércio de manufaturados e factoring (empresas que descontam duplicatas). Apenas uma das empresas investigadas movimentou R$ 20 milhões em dois meses. Em entrevista coletiva, o coordenador do Núcleo de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Rio, delegado Flávio Porto, informou que esse é apenas um dos esquemas do CV para a lavagem de dinheiro.

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