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Embaixador da AP chama Sharon de criminoso

Por Agencia Estado
Atualização:

O embaixador da Autoridade Palestina (AP) no Brasil, Musa Amer Odeh, chamou, nesta segunda-feira, durante o 10º Congresso Nacional do PC do B, no Rio, o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, de "criminoso". Ele comparou a luta dos palestinos à resistência francesa contra o nazismo e ao combate ao apartheid na África do Sul. Odeh acusou Israel de não aceitar a presença de observadores internacionais nas áreas de conflito e pediu a intervenção de tropas de paz no Oriente Médio. Aos parlamentares do PC do B, o embaixador pediu a criação de um movimento de apoio e solidariedade à causa liderada pelo presidente da AP, Yasser Arafat. "Sharon, do nosso ponto de vista, é um criminoso. Uma corte israelense condenou-o pela morte de 3 mil palestinos em 1982. Nossa intifada é uma resistência legítima contra o apartheid de Israel", afirmou o diplomata. "Desde que Sharon chegou ao poder, a paz não está em sua agenda. Ele opôs-se a acordos com o Egito, com a Jordânia e com a Palestina", acrescentou Odeh, que foi ovacionado pelos militantes do PC do B, os quais chamou de companheiros. Para o embaixador, o governo de Israel aproveitou-se da atmosfera criada pelos atentados contra os Estados Unidos para atacar com mais força o povo palestino. "Somos vítimas do terrorismo de Estado. Infelizmente, os EUA ainda apóiam Israel. Estão assassinando nosso povo e culpando-nos por isso. Não queremos destruir Israel; queremos nossos direitos como nação e como povo", disse Odeh. Entre os 60 estrangeiros que participam da reunião, está também a norte-americana Denice Miles, membro do Comitê Central do Partido Comunista dos EUA. "A tarefa que enfrentamos nos EUA não será fácil. Devemos lutar para convencer nosso povo de que a oposição à doutrina Bush é a única forma de expressão do patriotismo real em nosso país. O imperialismo americano opõe-se às próprias políticas estrangeiras que ajudarão a livrar o mundo de atos terroristas", disse ela, no discurso. Para Denice, a verdadeira causa da campanha do Afeganistão é o petróleo. "Aquela é uma das regiões mais ricas em petróleo do mundo, e o governo Bush é muito ligado a essa indústria. Para nós, não pode ser apenas uma coincidência", acredita. Estiveram no encontro 849 delegados de todo o Brasil, além de representantes da China, Cuba, Vietnã, Coréia, Líbia, Angola e Moçambique.

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