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Empresa monta ''puxadinho'' em sala do Senado

Plansul, encarregada de fornecer mão de obra à Casa, invade área e usa espaço no Congresso como escritório de representação

Por Rosa Costa e BRASÍLIA
Atualização:

Fornecedora de mão de obra contratada pelo Senado, a Plansul Planejamento e Consultoria transformou uma área do Congresso em "puxadinho" da empresa em Brasília. A Plansul ocupa de graça uma área de 23 metros quadrados, dentro do Senado, para negócios próprios. Lá deveria funcionar um posto de serviço para atender os terceirizados. É de lá que a Plansul gerencia não só os três contratos com o Senado, de cerca de R$ 35 milhões ao ano, mas os que mantém com órgãos como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Câmara dos Deputados.No site da Plansul aparecem informações sobre a matriz, em Florianópolis, e oito subsedes. Em Brasília, em vez do endereço, como nas outras localidades, aparece a indicação "escritório no DF", o nome do responsável, Paulo Machado Júnior, um celular e um telefone do Senado. A empresa foi autorizada a se instalar no local por ato da Mesa Diretora de 2002. As despesas de luz e água são bancadas com dinheiro público. Ela paga valores simbólicos pelos pontos de telefone e do computador - R$ 25,48 mais o valor das chamadas e R$ 11,13, pela ordem. Em dezembro e janeiro, a "conta" de telefone foi de R$ 7,90 e R$ 8,79, além do valor do ponto, bem abaixo da média, por causa dos preços especiais previstos nos contratos do Senado com as operadoras.Explicando. Paulo Machado Júnior informou, em entrevista gravada, que a empresa não tem outro escritório em Brasília. Depois se corrigiu, dizendo que tem, mas caberia à matriz informar a localização.Sobre o uso do telefone do Senado, disse que se trata de uma facilidade. "Como fico mais tempo no Senado, me encontram ali, é mais uma referência." Na matriz da Plansul, o assessor comercial, Silvio Prado Júnior, disse que está "por fora" da situação da empresa em Brasília.A Plansul tem três contratos com o Senado. O que atende a comunicação social, com a contratação de 328 técnicos, custa R$ 2 milhões/mês e está sendo reestruturado. O valor mensal do contrato de fornecimento de 61 profissionais para os arquivos é de R$ 491,037. Ou outro é para contratação de 163 servidores,entre eles ascensoristas, no valor de R$528 mil mensais. Informado pelo Estado, o primeiro-secretário, senador Cícero Lucena (PSDB-PB), exigiu a retirada do telefone do Senado no site da Plansul e deve restringir o acesso a ligações, além de mandar investigar o caso.

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