Empresária campineira sequestrada é libertada

Luzia Aparecida ficou 12 dias como refém e só foi solta mediante pagamento de resgate. Hoje, a polícia estourou um cativeiro na zona oeste de São Paulo libertando o empresário Wagner do Amaral

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Por Agencia Estado
Atualização:

A empresária Luzia Aparecida Vilani foi libertada na noite de domingo em Campinas depois de permanecer 12 dias seqüestrada. A família pagou resgate, mas o valor não foi revelado. Luzia foi deixada às margens da Rodovia dos Bandeirantes, em Campinas. Ela havia sido capturada dentro de sua casa, no Parque Taquaral, na Rua Fernão de Magalhães, onde também morava Rosana Melotti, assassinada pelos seqüestradores há doze dias. Segundo o delegado da Anti-Seqüestros de Campinas, Joel Antônio dos Santos, ambas foram seqüestradas pela mesma quadrilha. Santos informou que pelo menos quatro membros do bando foram identificado pelos investigadores. Nenhum deles, no entanto, havia sido detido até esta segunda-feira à tarde. O delegado explicou que os quatro já trabalharam com o seqüestrador Wanderson Nilton de Lima, o Andinho. Mas Santos não descartou a possibilidade de os bandidos terem formado uma nova quadrilha, uma vez que Andinho não foi visto atuando pessoalmente nos dois casos de seqüestro. Segundo o marido de Luiza, Edson Domingos Martins Villani, a família foi orientada pelos seqüestradores sobre o local onde a encontrariam. Ele contou que Luiza passou o dia muito deprimida, mas estava bem. Segundo Villani, os seqüestradores, "na medida do possível", trataram bem de sua mulher. O empresário comentou que Luzia mudou uma vez de cativeiro e chegou a dividir o mesmo quarto com Rosana, por um dia e uma noite. Mas elas eram impedidas de conversar pelos criminosos que as vigiavam. Luzia apenas comentou que Rosana parecia não estar bem. Na madrugada em que Rosana foi assassinada, na porta de sua casa, no Parque Taquaral, Luzia foi colocada no porta-malas de um outro carro que ficou andando pela cidade. Villani afirmou que sua mulher não esteve no local onde Rosana foi morta com três tiros de fuzil, no momento do crime. A mulher libertada ouviu dos seqüestradores que eles estavam atrás do seu marido há alguns dias. Villani foi o primeiro abordado no seqüestro, ao chegar em casa. Os bandidos entraram em sua casa e levaram a mulher como refém. "O que eu vi de armas nas mãos dos bandidos, não tem polícia que resolva", lamentou. Ele disse que irá tomar medidas como evitar sair de casa à noite, mas não pretende se mudar. "Não há o que ser feito, eles entram onde querem e estão por toda parte. Não existe lugar seguro. Só Deus pode cuidar", disse Villani. Ele contou que sua mulher não viu nada que pudesse identificar os seqüestradores ou os cativeiros. O marido de Luzia preferiu não revelar o valor do resgate. "Tudo o que a gente constrói acaba dessa forma", lamentou, acrescentando que o trauma do seqüestro coloca a "vida de ponta cabeça". Ele defendeu medidas mais rigorosas contra os criminosos, como prisão perpétua.

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