O empresário Raimondo Romano, de 56 anos, proprietário da Multiplay Comércio e Empreendimentos, fornecedora de peças para máquinas caça-níqueis, foi morto ontem à tarde na zona sul de São Paulo. A polícia trabalha com a hipótese de execução. Romano, alvo da Operação Xeque-Mate, da Polícia Federal, que investigava a atuação da máfia de caça-níqueis, em 2007, foi baleado na Rua Antônio das Chagas, na Chácara Santo Antônio, por volta das 13h30, quando se dirigia a um restaurante com um amigo. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), em depoimento à polícia, esse amigo contou que os dois caminhavam quando uma pessoa desceu de um carro e efetuou os disparos. Ele afirmou que correu para se esconder e não ouviu o autor do disparo falar nada. Romano chegou a ser levado ao Hospital Regional Sul, mas não resistiu aos ferimentos. A polícia encontrou três cápsulas deflagradas no local do crime. Um denúncia anônima indica que o atirador fugiu num carro, que teria placas frias. Até a noite de ontem, ninguém havia sido preso. De acordo com a SSP, o engenheiro era egípcio e se naturalizou brasileiro. O caso foi registrado no 11º Distrito Policial, de Santo Amaro. Escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal há quase dois anos revelavam que a intenção de Romano era transformar os bingos em "áreas de lazer para adultos". Um diálogo gravado em 2007, entre Romano e um homem identificado apenas como Emílio - possivelmente um advogado também ligado aos caça-níqueis - mostrava eles lamentando o acidente envolvendo o advogado Jamil Chokr, flagrado com R$ 27 mil em envelopes endereçados a distritos policiais de São Paulo, e trocando opiniões sobre os rumos dos negócios. A Operação Xeque-Mate é a mesma que indiciou Genival Inácio de Silva, o Vavá, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. À época, foi pedida a prisão preventiva de Romano, mas ele nunca foi preso. Mesmo foragido, seu nome acabou sendo retirado da lista de procurados da Interpol.