Empresário é o principal suspeito do assassinato de sócio

Empresário foi preso antes de a polícia encontrar o corpo do sócio

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Por Agencia Estado
Atualização:

O empresário Cláudio do Nascimento Araújo, de 41 anos, preso na noite de segunda-feira, 24, por porte ilegal de arma, é o principal suspeito do assassinato de seu sócio. Fernando de Paula Carvalho, de 40 anos, foi encontrado morto na madrugada desta terça-feira, 25, dentro do seu carro, um Fiat Uno vermelho, numa estrada de terra num dos distritos de Maricá, na Região dos Lagos. Os dois eram sócios numa empresa de informática com sede na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio. Araújo é também dono de um restaurante na Tijuca, zona norte do Rio. O empresário foi preso antes de a polícia encontrar o corpo de Carvalho, que tinha ferimentos de bala na nuca e na parte superior do crânio. Araújo pegou um táxi no Centro de Maricá em direção ao Rio por volta das 23h de segunda-feira. Ele chamava a atenção por demonstrar nervosismo, ter manchas de sangue na roupa e carregar uma bolsa de viagem. Policiais militares interceptaram o táxi quando ele se aproximava de Niterói, no Grande Rio. Eles encontraram dentro da bolsa de Araújo um revólver Taurus de calibre 38 com duas cápsulas deflagradas. Ele também carregava um serrote, uma marreta, uma faca de cozinha e um par de luvas. Todos os objetos pareciam manchados de sangue, assim como um boné e algumas peças de roupa que estavam na bolsa. O empresário foi levado para a delegacia de Icaraí, na zona sul de Niterói, onde foi autuado por não ter autorização para andar armado. A polícia ainda não havia encontrado o corpo do sócio dele em Maricá. No depoimento que prestou na delegacia, Araújo negou ter matado Carvalho. Ele afirmou que foi a Araruama, próximo a Maricá, para encontrar-se com um agiota para quem devia dinheiro há dois meses. Depoimento Ele disse que levou a arma que pertencia a seu pai, militar já falecido, para se defender porque tinha recebido ameaças do homem, que identificou apenas como Joaquim. O agiota estaria cobrando o dobro por um empréstimo de R$ 1.500 e ele não teria como pagar. Araújo disse que discutiu com o homem numa praça de Araruama naquela noite e chegou a fazer dois disparos contra ele ao perceber que sacaria uma arma. Ele teria acertado apenas um das pernas do agiota. Sobre os objetos manchados de sangue que carregava, Araújo disse que o material era "para se defender e para se lavar se alguma coisa acontecesse" e que os manchou de sangue porque teria caído sobre seu opositor na suposta luta. Araújo contou ainda que conhecia Carvalho há 17 anos e que eram sócios há 15. Ele disse à polícia que não tinha desavenças com o sócio, mas que notara atitudes estranhas nele, como freqüentar casas de prostituição, receber pacotes estranhos ou dar carona para desconhecidos. O empresário disse ainda que passou a seguir Carvalho quase todos os dias, mas não descobriu nada. A mulher do preso, Cláudia Araújo, esteve na delegacia e disse que o marido tem distúrbios neurológicos. Ela contou que Araújo desconfiava do sócio, suspeitava que ele estava fazendo algo errado, mas não acredita que o mataria. O delegado Niandro Lima, que ouviu o depoimento, recusou-se a falar com a imprensa para confirmar as informações, mas o advogado do preso, Marcelo Bianchi, sustentou o depoimento dela, acrescentando que seu cliente já ficou internado para tratamento psiquiátrico. Ele disse ainda que, segundo Cláudia, Araújo andava perturbado e já tinha falado em suicídio duas vezes nos últimos dias.

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