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Empresários de ônibus de SP querem mais prazo

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo de São Paulo (Transurb), Sérgio Pavani, disse nesta quinta-feira que a entidade vai pedir para a prefeita Marta Suplicy (PT) a prorrogação da data para assinatura do contrato de emergência de seis meses para os ônibus da cidade. O acordo que a Prefeitura quer assinar no dia 1º de agosto prevê mudanças na forma de remuneração das empresas. Nesta quarta-feira, os empresários do setor boicotaram a entrega dos envelopes com suas propostas na sede da São Paulo Transporte (SPTrans), responsável pelo gerenciamento do sistema de ônibus na cidade. "Pediremos prazo para conversar com a Prefeitura", afirmou Pavani. "Do jeito que está, nenhum empresário vai suportar isso." Com o adiamento, as empresas de ônibus, que já estão sem contratos assinados desde o dia 22, vão trabalhar até o dia 31 sem autorização oficial. Em entrevista coletiva, a prefeita disse nesta quinta que, quem não assinar o documento no dia 1º, estará fora do sistema de transportes da capital. Além disso, ela garantiu que, mesmo que alguma viação seja retirada do sistema, a população não vai sofrer com a falta de ônibus. "As empresas estão praticamente falidas. É melhor não assinar para não ser cobrado no futuro", ameaçou Pavani. "Estamos prestando um serviço sem contrato." Alternativas Uma das alternativas da Prefeitura será trazer ônibus de outras cidades e Estados. A Prefeitura já conversou, neste ano, com vários empresários que mostraram interesse por essa proposta. A outra possibilidade seria o governo municipal fazer uma redistribuição dos ônibus com os empresários que concordam com o novo contrato, utilizando a frota de reserva. Segundo o representante das empresas, eles querem ter um "diálogo" com a Prefeitura e chegar a um contrato bom para ambas as partes. Eles contestam os termos do novo contrato da Prefeitura. O documento prevê que 70% da arrecadação das empresas será proporcional ao número de passageiros transportados e 30% serão vinculados aos custos operacionais do sistema de transporte. Pelo contrato antigo - já vencido e defendido pelo empresariado - 65% da arrecadação das empresas era proporcional ao custo operacional das viações e apenas 35% eram relativos à quantidade de passageiros transportados pelos ônibus. "Estamos abertos a conversas", disse Pavani. O secretário municipal dos Transportes, Carlos Zarattini, disse que não há possibilidade de prorrogar o prazo dos contratos. Na avaliação do secretário, o que os empresários querem, na realidade, é que a Prefeitura injete dinheiro no sistema.

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