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Empresários devem se unir ao governo eleito para aprovar reformas, diz CNI

Segundo o presidente da confederação, Armando Monteiro Neto, os empresários devem participar como "atores políticos" na defesa de reformas importantes para o País

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Confederação Nacional da Indústria, Armando Monteiro Neto, conclamou nesta segunda-feira os empresários, em seu discurso de posse para um segundo mandato, a participarem como "atores políticos" na defesa de reformas importantes para o País. "O nosso desafio inicial é o de trabalhar junto aos partidos políticos e ao governo eleito, para a construção do entendimento sobre a natureza do problema que enfrentamos e da agenda de reformas necessária para superá-lo", disse Monteiro Neto. Segundo ele, a prioridade número 1 é a questão fiscal. Para Monteiro Neto, a constitucionalização da maior parte das políticas faz com que as reformas necessárias exijam um "elevado capital político" e clareza sobre o que é prioritário. "Isto é verdade, tanto para a reforma fiscal quanto para as demais reformas e agendas pró-crescimento", disse Monteiro Neto. Ele defendeu que é fundamental que a CNI crie um sistema de diálogo, articulação e pressão permanentes ante os partidos políticos e o Executivo, para avançar nas reformas. Monteiro Neto disse ainda que no plano político os próximos quatro anos serão vitais para definir a posição do Brasil "no concerto nas nações". "Ou seremos uma potência econômica, ou nos contentaremos em continuar na retaguarda dos países emergentes", afirmou. Ele defendeu ainda a necessidade de melhorar a eficiência das políticas sociais. Para o presidente da CNI não basta uma economia forte. "É preciso também um projeto de nação de uma sociedade mais homogênea". Crescimento Monteiro Neto disse que para a CNI o crescimento econômico é o tema prioritário. Ele defendeu a redução de gastos como primordial para diminuição da carga tributária. Segundo ele, há 10 anos os gastos correntes crescem mais do que o Produto Interno Bruto (PIB). "O Brasil está nesta armadilha de aumentar a carga tributária e reduzir investimentos. Se não resolvermos a questão fiscal, vamos ficar nessa equação de baixo crescimento", afirmou o presidente da CNI. Ele destacou, no entanto, que as alianças sugeridas por ele não devem substituir o sistema partidário. Monteiro Neto reconheceu a dificuldade dos candidatos à presidência da República nesse período Pré-eleitoral de explicitar a forma como vão atacar a questão fiscal. Segundo Monteiro Neto os discursos são paradoxos. Ele citou como exemplo a questão da previdência, que, na sua opinião, é uma fonte de desequilíbrio das contas públicas, e ambos os candidatos afirmam que não vão promover uma reforma previdenciária. "O setor empresarial e a sociedade precisam se preparar para este debate", afirmou. Ele defendeu a necessidade de se organizar no Congresso Nacional um pacto mínimo em torno de alguns temas suprapartidários, como por exemplo a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Além da reforma tributária Monteiro Neto também considera como prioridade a reforma trabalhista. Em relação à queda dos juros, o presidente da CNI afirmou que a solução dos problemas fiscais refletirá na parte de juros real. Segundo ele, o governo reduzindo a necessidade de financiamento ou sinalizando que isso vai ocorrer refletirá na redução dos juros. Monteiro Neto acredita que no final do ano a taxa de juros real será de apenas um dígito. O presidente da CNI defendeu ainda o fim da CPMF, cuja vigência termina no final de 2007. Na avaliação do presidente da CNI a CPMF é um péssimo imposto e não deve se tornar permanente. "É um imposto cumulativo, de má qualidade, que pune de maneira desigual certos setores e que se tiver que exercer algum papel regulador ou fiscalizador, então que tenha uma alíquota ínfima para cumprir esse papel", defendeu o presidente da CNI.

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