O novo presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea), Marco Antonio Bologna, que também preside a TAM, afirmou que as companhias não vão indenizar passageiros atingidos pelos atrasos e cancelamentos causados pela ?greve branca? dos controladores de vôo. ?Entendemos a frustração dos passageiros, mas não cabe indenização, pois os atrasos e cancelamentos foram causados por força maior e não por uma falha das empresas na prestação do serviço?, disse. Para o presidente do Snea, é clara a responsabilidade do governo por ser o provedor da infra-estrutura operacional para que o serviço possa ser prestado pelas empresas. Caso haja alguma ação contra as companhias por indenizações, as empresas vão recorrer, jogando a responsabilidade para a União. Além do prejuízo já contabilizado pelo Snea, de R$ 4 milhões por dia, em média, com os atrasos e cancelamentos, Bologna afirma que novembro será marcado por uma ?queda no aproveitamento dos vôos?. ?Muita gente que havia planejado viajar e ainda não tinha comprado passagem simplesmente adiou a viagem.? O setor aéreo tem registrado um aproveitamento de mais de 70% ao longo do ano, número superior à média histórica do setor, de 60% a 65%. Bologna afirmou que o período de férias de fim de ano poderá congestionar os aeroportos, não por conta dos controladores, mas pela falta de espaço adequado nos principais aeroportos para acomodar o esperado aumento do fluxo de turistas. ?A não redistribuição dos balcões da Varig, por medida judicial, é um desserviço aos passageiros?, afirma Bologna. Ele conta que, apesar de ter 45% do tráfego em Congonhas, a TAM tem 29 balcões, contra 27 da Gol. ?Enquanto isso, nos da Varig, dá até para jogar bola.? Pelas suas contas, 30% do espaço físico de Congonhas - do atendimento a hangares de carga - estão inutilizados por medidas judiciais que impedem a Infraero de redistribuir as áreas que antes eram usadas pela Transbrasil ou pela Varig. Passe livre O presidente do Snea afirmou que a concessão de passagens gratuitas a funcionários da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) será tema de reunião entre as empresas e a agência na próxima segunda-feira. Conforme revelou o Estado, a Anac usufrui de mais de 1.400 passagens gratuitas por mês, contra 600 no tempo do Departamento de Aviação Civil (DAC), órgão que foi substituído pela agência em março.