Enchentes em Campos, no Rio, são as maiores até hoje

Com a tempestade, a principal ponte da cidade cedeu, e o tráfego pesado, que passava por dentro da cidade, está sendo desviado para outras vias

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Por Agencia Estado
Atualização:

As enchentes em Campos, as maiores na história na cidade, estão provocando atrasos em torno de duas horas e gastos adicionais nas viagens de ônibus e caminhões para o Espírito Santo e Região Nordeste do País. Com a tempestade, a principal ponte da cidade cedeu, e o tráfego pesado, que passava por dentro da cidade, está sendo desviado para outras vias. Cerca de 70% do total de 5.718 desabrigados no Estado estão no municípios, segundo o Departamento Estadual de Defesa Civil. A ponte General Dutra faz parte da BR-101, rodovia litorânea, uma das principais ligações com o Espírito Santo e o Nordeste. Segundo o comandante da Guarda Civil de Campos, Francisco Henrique Balbi, o tráfego para estas regiões pode ser realizado por rota alternativas, como a BR-040 (Rio-Bahia) ou que passam por outras cidades. As informações são de que estas rotas elevam em pelo menos 100 quilômetros a viagem que prosseguiria naturalmente por dentro de Campos. A Viação Itapemirim informou que uma viagem de São Paulo para Vitória, que normalmente durava 15 horas, estava sendo feita em pelo menos 17 horas, por conta dos problemas em Campos. A duração da viagem entre as capitais fluminense e capixaba aumentou de cerca de sete horas e meia para nove horas e meia. Balbi destacou a necessidade de restabelecer o mais rápido possível a ligação da ponte. Por isso, o governo municipal está em contato com o federal para discutir uma solução. Uma das alternativas que chegou a ser cogitada foi o uso de estrutura metálica no local. Ontem, o tempo melhorou e chegou a fazer sol em Campos. O nível do Rio Paraíba do Sul diminuiu em um metro, mas ainda há muitas áreas alagadas, principalmente na periferia na cidade. O comandante disse que a prioridade era acomodar os desabrigados. Das quatro pontes da cidade, apenas uma está funcionando. Estava em obras e foi reaberta emergencialmente, apenas para veículos leves. Com isso, os cerca de 200 mil moradores do distrito de Guarus conseguiram ir para o outro lado da margem do Paraíba do Sul, onde fica o centro da cidade. No sábado, o nível do rio estava seis metros mais alto do que o normal. Ainda assim, os sinais de transtornos eram visíveis. Caminhões passaram o dia estacionados em alguns bairros, esperando orientação das empresas de transporte. Na chegada a Campos, agentes da Polícia Federal orientavam caminhoneiros a buscar os contornos de tráfego. As autoridades locais reconhecem que o trânsito na cidade deverá ficar ainda mas difícil hoje, primeiro dia útil a partir do transbordamento do rio. "Choveu muito desde a última semana na região. Os rios principais subiram para níveis máximos de cheia, acima de padrões históricos", afirmou o superintendente regional do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), Samuel Chuster. Na rodovia BR-356, que liga Campos à região da Zona da Mata mineira, a enchente rompeu a rodovia, e um carro foi arrastado pela correnteza neste sábado. "É um dia de tranqüilidade com relação ao que passamos principalmente na madrugada de ontem (anteontem)", disse o coronel-bombeiro Lincoln Javoski. Na zona rural do município, ainda havia áreas alagadas e pessoal ilhadas. Elas eram atendidas por equipes dos bombeiros, que levam alimentação e água potável.

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