Encontrada 13ª vítima das enchentes no Maranhão

Pescador Gilson Ferreira estava desaparecido desde domingo; sua embarcação virou no Rio Mearim

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Por Wilson Lima
Atualização:

A Defesa Civil do Maranhão encontrou na manhã desta quinta-feira, 21, o corpo do pescador Gilson Ferreira, de 28 anos, na cidade de Bacabal. Ferreira estava desaparecido desde domingo. Essa é a 13ª morte confirmada em função das chuvas no Estado.

 

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Segundo informações da Defesa Civil estadual, Gilson Ferreira estava fazendo a travessia do Rio Mearim em uma canoa, quando sua embarcação virou em decorrência das fortes correntezas no domingo à tarde. Desde então, aproximadamente 15 homens do Corpo de Bombeiros estavam fazendo na região para tentar achar o corpo de Ferreira. "O trabalho foi complicado por causa da força das correntezas", afirmou o coordenador de comunicação da Defesa Civil do Maranhão, major Abner Ferreira Carvalho.

 

Essa foi a quarta morte confirmada no Maranhão em menos de uma semana. Nos últimos sete dias, morreram duas pessoas em Bacabal, uma em Anapurus e uma em Coelho Neto. Ainda conforme a Defesa Civil, não existem mais pessoas desaparecidas no estado. A cidade maranhense com maior número de mortes ainda é Trizidela do Vale, com quatro vítimas registradas.

 

Segundo a Defesa Civil, na tarde de ontem sete bombeiros voluntários do Estado de São Paulo chegaram à região de Bacabal para ajudar parte da equipe que já está socorrendo as vítimas há cerca de duas semanas. Além de ajudar as vítimas das inundações, os bombeiros montam as milhares de cestas básicas que, diariamente, estão sendo enviadas ao interior do Estado. Só na tarde de ontem foram distribuídas cerca de duas mil cestas, segundo a Defesa Civil.Balanço

Ainda de acordo com levantamento da Defesa Civil do Estado, 95 cidades estão em situação de emergência. As chuvas já afetaram 367.005 pessoas. Desse total, 44.405 estão desabrigados e outros 80.087 estão desalojados.

Esse número tende a crescer, segundo a Defesa Civil. Onze municípios do Estado ainda não repassaram os dados de moradores afetados pelas chuvas.

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Educação

 

Os alunos do último ano do ensino médio das escolas do Maranhão poderão ter o rendimento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) comprometido por causa das chuvas. Há quase 60 dias, 30 mil estudantes da rede estadual estão sem aulas. As escolas ou estão alagadas, ou servem de abrigos às vítimas das enchentes.

 

Para repor o tempo perdido, as escolas do estado atingidas pelas enchentes terão um calendário diferenciado. Segundo o secretário da Educação do Maranhão, César Pires, os 30 dias de férias do mês de julho serão usados para repor as aulas. “Queremos recuperar o tempo, mas principalmente o conhecimento daqueles alunos que vão fazer o Enem em outubro”, afirma.

 

De acordo com o Corpo de Bombeiros de São Luís, as chuvas recorrentes no estado afetaram 367 mil pessoas. Sendo 80 mil desalojados e 44 mil desabrigados. O número de mortos chegou a 12, uma pessoa está desaparecida, 95 municípios estão em situação de emergência.

 

Bahia

 

Uma quinta-feira de chuvas moderadas e esparsas e fortes ventos em Salvador e região metropolitana causaram mais uma série de transtornos à população. Os principais foram relacionados ao mar: as ondas voltaram a atingir 2,5 metros de altura e a Capitania dos Portos emitiu um segundo alerta - o primeiro foi na terça-feira - recomendando aos barcos que não fossem ao mar até que o clima esteja melhor. As balsas que fazem o trajeto Salvador-Itaparica voltaram a proibir o transporte de veículos pesados. As lanchas que fazem a mesma ligação ficaram ancoradas.

 

Segundo a Capitania dos Portos, um pescador, identificado como João Nascimento, de 62 anos, ignorou o primeiro alerta, saiu para pescar na região de Morro de São Paulo, 110 quilômetros ao sul de Salvador, e está desaparecido desde terça-feira. O barco no qual ele estava, sozinho, foi localizado ontem.

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Na capital, a Coordenadoria de Defesa Civil (Codesal) registrou, até as 17h30, 148 ocorrências, entre elas 39 deslizamentos de terra e cinco desabamentos de imóveis. Os desabrigados e desalojados passam de 5 mil na cidade - segundo a Codesal, 40% deles têm menos de 15 anos.

 

Outra preocupação da prefeitura é com o estado de ruas e avenidas. De acordo com a Superintendência de Conservação e Obras Públicas da cidade, 90% das vias de Salvador apresentam algum tipo de problema estrutural, que impedem ou atrapalham a circulação de veículos automotores. "Os reparos só podem ser feitos depois que a chuva parar", afirma o superintendente, Luciano Valladares.

 

(Com Solange Spigliatti, da Central de Notícias; Tiago Décimo, de O Estado de S. Paulo e Agência Brasil)

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