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Encontrada ossada em local indicado por seqüestrador de Ivandel

Ossos foram encontrados no no Capão Redondo, no local indicado pelo seqüestrador Miguel José dos Santos Júnior, o Juninho, que confessou ter participado do seqüestro do jornalista Ivandel Godinho Júnior

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma ossada foi encontrada no Capão Redondo, na zona sul da capital, no local indicado pelo seqüestrador Miguel José dos Santos Júnior, o Juninho, na tarde desta terça-feira. O criminoso confessou ter participado do seqüestro do jornalista Ivandel Godinho Júnior, 22 de outubro de 2003, e disse que a vítima foi morta três dias depois, a coronhadas, por um comparsa. A perícia da Polícia Civil está no local. Crime não esclarecido Juninho era o negociador da quadrilha e foi preso na sexta-feira, em Itanhaém, Baixada Santista, sem resistência. Além de confirmar grande parte do que havia sido contado por Fabiano Pavan Prado, Wilson Moraes Silva e pelo menor G.M.S., presos em janeiro de 2005 e também envolvidos no seqüestro, Juninho apontou novos caminhos e deu detalhes sobre o seqüestro e a morte do jornalista. Outros dois envolvidos no seqüestro continuam foragidos. Wellington Ricardo da Silva, de 26 anos, o Neneco, e Sidnei Correa, de 22, conhecido como Sidnelson, comandavam a quadrilha ao lado de Juninho. Este confessou à polícia participação em mais seis seqüestros. Segundo o depoimento de Juninho, Ivandel foi seqüestrado por três homens, em duas motocicletas. O jornalista deixava a sede da empresa que dirigia - a In Press, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, zona sul - em um táxi. Foi levado pelo bando em uma das motos. Juninho contou como o bando decidiu seqüestrar Ivandel. O bandido havia trabalhado como motoboy na empresa e indicou a vítima aos comparsas. "Esses detalhes, sobre a rotina e posses de Ivandel, foram colhidos pelo Juninho quando ele ainda era trabalhador", explicou Giudice. Morte Segundo Juninho, já no cativeiro, localizado no Jardim Ângela, zona sul de São Paulo, Ivandel não passou do terceiro dia. "Ele tomava medicamentos e precisava deles. Por volta do terceiro dia, teve uma crise nervosa, gritou no cativeiro e acabou se envolvendo em uma briga com Turu (Wilson Moraes Silva). Ele era o único dos seqüestradores que estava lá no cativeiro naquele momento", contou o delegado. Segundo Giudice, Juninho contou que Turu matou Ivandel com coronhadas de revólver. No início das negociações, os bandidos exigiram R$ 5 milhões de resgate. Meses depois, receberam da família US$ 50 mil. Giudice explicou que todos os envolvidos no seqüestro apontam Turu como autor das coronhadas que teriam matado o jornalista. "Menos ele, que diz que foi outro do bando. Mas mesmo o Turu diz que foram as coronhadas que mataram a vítima, de forma que está clara a maneira como o crime aconteceu." O delegado se disse animado com o fim do mistério. "Em um ou dois dias, o caso deve estar resolvido." Precipitação Em janeiro de 2005, a DAS anunciou ter encontrado a ossada de Ivandel em um campo de futebol no Capão Redondo, zona sul de São Paulo. Dias depois, porém, descobriu que os restos mortais eram de porco e cabrito. Na época, o filho de Ivandel, Hugo Godinho, de 24 anos, disse repudiar a investigação policial. "A polícia foi precipitada, leviana e incompetente, quando disse que Ivandel estava morto. Que história foi essa? O delegado apareceu na televisão dizendo que os ossos encontrados tinham 99% de chance de serem do meu pai", afirmou Hugo, que esperava o quanto antes pela captura de Sidnelson e Juninho. Com Juninho preso, a polícia espera finalmente esclarecer o caso e encontrar a ossada do jornalista.

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