PUBLICIDADE

Encontrado possível cativeiro de Celso Daniel

Por Agencia Estado
Atualização:

Fios de cabelo branco no porta-malas de um Santana azul, um envelope com o logotipo do restaurante Rubaiyat e um guardanapo com anotações podem ligar os dois principais casos que movimentaram a polícia de São Paulo na semana passada. O material foi descoberto em uma casa na Rua Urca, no Jardim Vazame, em Embu, que pode ter servido de cativeiro para o prefeito assassinado Celso Daniel e pertence a Cleyton Gomes de Souza, de 26 anos. Ladrão de bancos e carros, Souza foi um dos responsáveis pelo resgate, com um helicóptero, de dois presos do presídio José Parada Neto, em Guarulhos. A possível ligação entre os casos foi confirmada pelo diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), Antonio Chaves Martins Fontes. O delegado Romeu Tuma Jr., da Delegacia Seccional de Taboão da Serra, afirmou que já suspeitava que pudesse haver alguma relação entre a fuga dos presos e o seqüestro e morte de Celso Daniel. Os dois resgatados foram Ailton Alves Feitosa e Dionísio Aquino Severo. Este teve participação em diversos seqüestros e pertenceria à primeira quadrilha desse gênero no Estado a escolher vítimas de acordo com os carros que possuem. O local do possível cativeiro foi descoberto pelo delegado Romeu Tuma Júnior, que invadiu na noite desta sexta-feira duas casas da Rua Urca, onde a polícia encontrou na garagem o Santana. O automóvel tem as mesmas características do veículo descrito pelo empresário Sérgio Gomes da Silva, que acompanhava o prefeito Celso Daniel no momento do seqüestro. Como em seu depoimento o empresário disse que o Santana não chegou a bater na Pajero que eles ocupavam, não estão sendo procuradas marcas de colisão, mas impressões digitais e outros indícios que possibilitem avanços nas investigações. Segundo vizinhos, os móveis eram ocupados nos últimos dias por três homens e uma mulher. Tuma disse que há indícios de que as casas tenham sido usadas em vários seqüestros. Nas casas também foram encontradas roupas. De acordo com o delegado, as peças poderiam pertencer ao prefeito morto. Pessoas ligadas a Daniel, segundo Tuma, iam a Embu para fazer um reconhecimento das peças. O restaurante cujo nome aparece num cartão encontrado é o mesmo onde Celso Daniel jantou antes de ser seqüestrado. A polícia chegou até os imóveis ao investigar o resgate dos dois detentos. De posse de um mandado de busca, Tuma e sua equipe entraram nos imóveis. Tuma e uma equipe do Demacro foram para a casa no fim da noite. A polícia científica deve iniciar a perícia durante a madrugada.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.