Engenheiro é preso após 31 anos da condenação

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Por Agencia Estado
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O engenheiro José Isnard Lopes Martins, de 64 anos, teve uma vida tranqüila com a mulher e filhos, nos últimos 15 anos, segundo ele, no centro de Ribeirão Preto. Isso até segunda-feira, quando policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) o prenderam. Aí a história de Martins veio à tona: ele foi condenado a 90 anos de prisão por 34 assaltos a bancos, na década de 70. Era um fugitivo da penitenciária do Estado, em São Paulo, em 1986. Agora, aguarda, na cadeia de Vila Branca, a transferência para o sistema carcerário da capital. Segundo o delegado da DIG, Odacir Cesário da Silva, uma denúncia anônima sobre Martins chegou à polícia na sexta-feira. Quando avistou a polícia, Martins correu para dentro de casa e ainda tentou dialogar, sem sucesso. "Ele tem boa aparência, anda bem vestido e é culto, enfim, um cidadão comum, que passa despercebido", diz Silva. Na delegacia, Martins disse que prestava serviços de engenharia e que escrevia um livro sobre a década de 70 (fase da ditadura), quando praticou os assaltos a bancos. Segundo ele, a ações eram para ajudar os índios Xavantes e uma frente revolucionária. Silva comentou que Martins mencionou ter sido líder da penitenciária e que havia tido contados com governador de São Paulo já falecido Franco Montoro, o atual ministro da Justiça, José Gregori, e o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias naquele período. O delegado Silva informou que não sabe qual será o futuro de Martins no sistema prisional e se terá que cumprir a pena integralmente. Ele acrescentou que está em execução uma pena que terminará em 2003. "Como não praticou crimes durante o período em que esteve foragido, isso poderá contar em seu favor", disse o titular da DIG.

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