Entenda a polêmica sobre a entrevista de "Marcola"

Assunto do dia não foram boatos sobre ataques, mas a suposta entrevista que o líder do PCC, Marcos Camacho, o Marcola, teria dado à Bandeirantes

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

No primeiro dia de relativa calma na cidade de São Paulo desde o início da onda de ataques organizada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), o assunto desta quinta-feira não foram boatos sobre ataques, mas a suposta entrevista que o líder da facção, Marcos Camacho, o Marcola, teria dado ao jornalista Roberto Cabrini, que comanda o Jornal da Noite da Rede Bandeirantes de Televisão. Segundo a emissora, Marcola teria falado ao programa pelo telefone celular, no sábado, de dentro da Penitenciária de Segurança Máxima de Presidente Bernardes, no interior de São Paulo. A notícia ganhou o peso de um escândalo capaz de derrubar a cúpula da Segurança no Estado de São Paulo, uma vez que Marcola estaria burlando todo o controle imposto pelas autoridades. Ao longo do dia, o governador Claudio Lembo e a Secretaria da Administração Penitenciária negaram a veracidade da gravação. "Segundo me informa o secretário Nagashi Furukawa (da Administração Penitenciária) é uma entrevista absolutamente irreal, portanto, devo compreender que meu secretário esteja certo e eventualmente houve um equívoco na captação desta voz", afirmou o governador. Em nota oficial, a SAP também afirmou que a gravação é falsa. A emissora não voltou a reproduzir a entrevista ao longo do dia. Confira, abaixo, a íntegra da entrevista e clique ao lado para ouvir o áudio. Roberto Cabrini: Por que o PCC decidiu fazer os ataques? Resposta: Bom, a gente decidiu fazer os ataques porque, por meios legais, fizemos vários apelos dentro da Constituição e da lei que nos ampara a ter os direito a ter advogado e os direitos que rezam a lei para o preso. Ou seja, o banho de sol ou advogados. Vocês promoveram ataques contra estações de Metrô? É, o que foi visto foi feito. Os ataques contra os ônibus também foram feitos pelo PCC? É, o que foi visto foi feito. A gente está preparado para muito mais, tem condições para muito mais e é aonde que eu quero chegar. Para quê? Foi cessado, foi parado e o que é que acontece, a gente está procurando um meio de resolver a situação que a gente precisou, mas eles não estão querendo, estão agindo de forma brutal, estão assassinando também, estão matando e estão declarando uma guerra esquecendo que estão deixando a sociedade à mercê. Por que vocês decidiram parar os ataques? É, igual eu falei, aonde a gente causou o efeito que foi necessário e dentro daí foi aonde que usamos essa arma para poder chamar atenção e ter ouvidos para isso. Mas houve algum tipo de acordo com as autoridades? Da minha parte, não.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.