Enterradas mais duas vítimas da violência no Rio

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A Avenida Brasil, principal ligação do centro para as zonas norte, oeste e interior do Estado do Rio de Janeiro, foi palco de mais uma madrugada de terror e permaneceu fechada por duas horas. Intensa troca de tiros - inclusive com balas traçantes - deixou dois mortos na Favela do Fumacê, em Realengo, na zona oeste. Uma das vítimas era um pára-quedista do Exército. Cinqüenta pessoas interromperam o trânsito na via expressa e incendiaram uma carreta. Motoristas, em pânico, tiveram de dirigir pela contramão. Moradores acusaram policiais de terem atirado no pára-quedista Denilson Liotério Amorim, de 23 anos, e Daniel Santiago Soares, de 28. Soares teria sido morto num beco e Amorim alvejado na cabeça quando estava perto de uma carrocinha de cachorro-quente. Já a polícia diz que os rapazes foram vítimas de uma guerra entre quadrilhas rivais e acusa Soares de ser o gerente do tráfico na Favela do Fumacê. Foram apreendidos duas pistola, um revólver e dois rádios transmissores. Os dois rapazes mortos no tiroteio foram enterrados esta tarde Cemitério de Irajá. A família do pára-quedista negou que ele tivesse envolvimento com o tráfico. Hoje, tanto a Avenida Brasil quanto a favela tiveram a segurança reforçada. No início da madrugada, 50 pessoas da favela fecharam a Avenida Brasil. Elas obrigaram que o motorista de uma carreta atravessasse o veículo na pista em direção ao Centro. "Algumas pessoas estavam armadas e me obrigaram a parar. Jogaram pedras na carreta, me jogaram no chão, chegaram a me bater", contou o motorista, que não quis se identificar. O comandante do Batalhão de Policiamento de Vias Especiais da PM, tenente-coronel Rogério Lira, disse que a população deve confiar na polícia e continuar trafegando na Avenida Brasil. "A população pode ficar tranqüila. A PM vai dar segurança para os motoristas que passarem por ali", afirmou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.