Entre as promessas, ações de total transparência

Kassab assume com propostas genéricas e garante investimentos

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Por Redação
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Reeditando promessas feitas por antecessores, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) definiu ontem "transparência total" como a marca do seu segundo mandato à frente da Prefeitura de São Paulo. Em um discurso de posse com propostas bastante genéricas, Kassab garantiu ainda investimentos em saúde, educação e transporte. "Aproveito este momento para determinar a todos os membros do governo, aqui reunidos, uma primeira diretriz que deve marcar esta administração: transparência total", disse Kassab. "Vamos usar todos os recursos da tecnologia disponíveis para que os atos da administração sejam de inteiro conhecimento da população", emendou. O compromisso está longe de ser original. Antes de Kassab, o governador José Serra (PSDB) e a ex-ministra Marta Suplicy (PT) recorreram ao mesmo discurso ao assumir o comando da Prefeitura paulistana. Na época, o contexto era o do combate à corrupção. Desta vez, Kassab preferiu o da "administração responsável". Na lista das promessas sem detalhes, o prefeito garantiu não medir esforços "para a realização do sonho dos paulistanos que querem uma cidade mais justa, mais limpa, mais saudável, mais civilizada". Para aqueles que dependem da educação e saúde públicas, Kassab prometeu "dias melhores". Nem mesmo o setor que monopolizou o debate durante toda a campanha, o do transporte público, recebeu de Kassab metas mais precisas. "Eu me comprometo a continuar trabalhando todos os dias, de sol a sol, para que o transporte público desta cidade melhore a ponto de ser uma garantia de conforto para todos os usuários, um caminho para a redução da poluição do ar e dos transtornos do trânsito", disse. O prefeito também dedicou parte do discurso para críticas à gestão Marta. "A Prefeitura tinha apenas R$ 5 milhões no banco e R$ 2 bilhões em dívidas de curto prazo vencidas. Mesmo assim, rapidamente superamos a crise e a cidade voltou à normalidade." Pouco antes, alfinetou: "Neste mesmo hall monumental do Palácio Matarazzo, sede da Prefeitura, formaram-se filas com 12 mil credores que tinham de provar seus créditos, uma vez que os registros dos serviços prestados e produtos entregues tinham sido apagados." Em seguida, voltou a copiar uma expressão dita por Serra, em 2004, na cerimônia de posse. "Somos uma administração que não fixa o olhar no retrovisor. Procuramos conhecer o passado, para aprender lições, para evitar a repetição dos erros", disse. Quatro anos atrás, Serra disse que governaria "sem olhar para o retrovisor". CRISE O prefeito citou o líder da então União Soviética, Mikhail Gorbachev, quando se referiu à crise econômica mundial. Kassab ressaltou que o problema não foi criado no Brasil, mas que cobrará a todos uma parte de seus custos. "Afinal, como disse o líder russo Mikhail Gorbachev, ?apesar de toda a diversidade de sistemas sociais e políticos, este mundo é um só. Somos todos passageiros de uma nave, a Terra?. Quando um pedaço dessa nave balança acolá, os efeitos são sentidos aqui e ali. Temos de estar preparados para enfrentar as dificuldades sem comprometer a nossa missão de investir na melhoria da qualidade de vida dos paulistanos", ressaltou. EDUARDO REINA, RODRIGO BRANCATELLI e SILVIA AMORIM

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