Entre os agressores, muitas mulheres

Na Oscar Freire, motorista se aproximou de agente e esfregou o carbono do talonário de multas em seu rosto

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Por Fabiane Leite
Atualização:

Na relação conflituosa entre motoristas e marronzinhos no trânsito de São Paulo, chama a atenção o fato de que os agressores nem sempre são homens. "Nos últimos anos, muitas vezes os casos de violência contra agentes têm sido praticados por outras mulheres", afirma Alfredo Bocci, diretor de Saúde do Sindviários. Segundo Bocci, um dos casos ocorreu na Rua Oscar Freire, nos Jardins, zona sul da capital. "A motorista se aproximou da operadora e simplesmente esfregou o carbono do talonário de multa no rosto dela." Outra ocorrência envolvendo mulheres agressoras ocorreu em dezembro de 2005, em Guarulhos, na Grande São Paulo. A agente de trânsito H., de 27 anos, foi agredida por uma mulher "alta, loira, bonita, grávida e com uma filha de uns 7 anos ao lado", como ela afirma. A funcionária diz ter ficado impressionada com a maneira violenta como a motorista reagiu ao ser abordada por ela. "A mulher arrancou da minha mão o talão de multas e o picou inteirinho. Depois, quando eu esperava que ela fosse se acalmar um pouco, me puxou pela jaqueta, bateu no meu rosto e me chutou", conta H. Enquanto isso, a filha da agressora pedia para ela parar, mas não adiantou nada. "Fiquei muito machucada. E pensando que a vida não vale nada", afirma a agente. Atualmente, H. está afastada do trabalho no trânsito por conta de problemas de coluna - que, no entanto, não têm relação com a agressão que sofreu. FRASES H. Agente de trânsito "A mulher arrancou da minha mão o talão de multas, me puxou pela jaqueta, bateu no meu rosto e me chutou. Fiquei pensando que a vida não vale nada"

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