PUBLICIDADE

Envolvidos em rede de pedofilia serão ouvidos por CPI em Brasília

Por Chico Siqueira
Atualização:

Famílias de crianças vítimas da rede de pedofilia de Catanduva (SP) vão se queixar aos integrantes da CPI da Pedofilia do Senado de supostas irregularidades surgidas na condução dos inquéritos abertos pela Polícia Civil. O senador Magno Malta (PR-ES), presidente da CPI, disse que estará em Catanduva para ouvir as mães e as autoridades sobre o assunto. "Neste sábado (hoje) ou segunda vou até a cidade para me inteirar da situação. Depois, vamos chamar os envolvidos para serem ouvidos na CPI em Brasília." As mães reclamam que não puderam acompanhar os filhos no reconhecimento dos suspeitos feito na quinta-feira e que não tiveram cópias dos depoimentos. Elas também disseram que sumiram provas dos abusos (como fotos) e que dois reconhecimentos (de um médico) teriam sido descartados. As notícias de irregularidades nas investigações em Catanduva também chamaram a atenção do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), que deverá enviar comissão à cidade. O Ministério Público designou dois promotores para acompanhar o novo inquérito. O delegado Luís Fernando da Cunha, da 5ª Corregedoria Auxiliar da Polícia Civil, disse que as denúncias são investigadas. "Uma delegada vai apurar como as investigações estão sendo conduzidas." Ontem, foi solto o motoqueiro Eduardo de Aquino, preso na quinta-feira com mais três suspeitos. Ele era acusado de levar crianças à mansão de um médico, onde teriam sido molestadas. Uma menina, porém, não teria reconhecido a casa como local do assédio. A cozinheira Érika Reis, mãe da criança, contrariou a versão da polícia e disse que a filha reconheceu, sim, a casa. A menina, de 10 anos, foi acompanhada da avó ao reconhecimento. "Ela me contou detalhes da entrada na casa." As mães também suspeitam de que a delegada esperou o médico retirar a CPU do computador para cumprir o mandado de busca. O advogado do médico foi avisado na delegacia de que a polícia iria à casa de seu cliente, e logo deixou o local. Vinte minutos depois, a delegada saiu para cumprir o mandado. Quando a polícia entrou, a CPU não estava mais na casa, embora monitor e estabilizador estivessem ligados.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.