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ES terá 'Arca de Noé' para salvar peixes antes da chegada da lama

Objetivo da medida emergencial de retirada dos animais do Rio Doce é evitar a mortandade; Samarco e pescadores vão ajudar

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Por Marco Antônio Carvalho
Atualização:
Peixes na lama dura que virou o Rio do Carmo, em Barra Longa, em Minas Gerais Foto: Bruno Ribeiro/Estadão

COLATINA - O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público Estadual do Espírito Santo (MPE-ES) se preparam para deflagrar o que denominaram de "Operação Arca de Noé" para retirada de peixes vivos ao longo do curso do Rio Doce, que corta o Estado. A lama proveniente do rompimento das barragens em Mariana tem matado 100% dos peixes por onde passou até agora e se aproxima da divisa de Minas Gerais com o Estado capixaba.

O plano visa a evitar a mortandade dos animais e contará com o apoio da mineradora Samarco, dona das barragens rompidas em Minas. Segundo o MPF, a empresa está oferecendo suprimentos para captura e transporte dos peixes. 

Colatina. Os municípios capixabas elaboraram planos emergenciais para contar com caminhões-pipa e também buscam fontes alternativas Foto: Gabriela Biló/Estadão

A medida emergencial será realizada com ajuda de pescadores da região, profissionais ou não. O local de destino dos peixes ainda não foi definido. "A princípio, serão alocados nas lagoas da Cobra Verde, em Colatina, e na do Limão, em Linhares. Também estão sendo sondados locais próximos à hidrelétrica de Mascarenhas, em Baixo Guandu", informou o MPF em nota.

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O MP declarou não ter certeza sobre o nível de contaminação dos peixes na região e ressaltou que não foi permitido a pesca indiscriminada, mas, sim, o resgate e a soltura dos animais em locais predeterminados. 

As cidades de Baixo Guandu, Colatina e Linhares, no noroeste capixaba, vivem a expectativa da chegada da onda de rejeitos, que deverá causar uma série de transtornos para a região. Além dos danos ambientais, um problema previsto será a interrupção na captação de água do Rio Doce para abastecimento humano. Os municípios elaboraram planos emergenciais para contar com caminhões-pipa no período e também buscam fontes alternativas.

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