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Escolas do RJ abrem amanhã desfile de R$ 70 milhões

Mais de 50 mil pessoas farão espetáculo, que só termina na manhã de terça; água será enredo de 4 temas

Por Agencia Estado
Atualização:

A maratona dos desfiles do Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio começa às 21 horas de hoje e só termina na manhã de terça-feira. Mais de 50 mil pessoas farão o show, visto por milhões ao redor do mundo. Juntas, as escolas investiram mais de R$ 70 milhões. A água será o tema da Beija-Flor de Nilópolis, da Acadêmicos do Grande Rio, da Mangueira e da Caprichosos de Pilares, enquanto a Imperatriz Leopoldinense e a Unidos de Vila Isabel têm enredos épicos. Os da Unidos da Tijuca, Império Serrano e Mocidade Independente de Padre Miguel são abstratos. Hoje, na abertura, a Acadêmicos do Salgueiro comemora meio século de desfiles com Microcosmos: O Que os Olhos Não Vêem, o Coração Não Sente, sobre os fenômenos invisíveis a olho nu. Vai reeditar o luxo de seus primórdios e terá como destaques a comissão de frente, coreografada pelo bailarino Marcelo Misailidis, e as musas Carol Castro e Luana Piovani. Em seguida, sairá a Acadêmicos da Rocinha, que volta ao Grupo Especial com Felicidade Não Tem Preço. O enredo faz críticas à ganância, mas a escola promete muito luxo, com Adriane Galisteu como madrinha da bateria. A Rocinha quer, pelo menos no carnaval, unir dois extremos, associando a riqueza do bairro de São Conrado à garra da favela que fica em frente. Terceira a se apresentar, a Imperatriz Leopoldinense contará A Saga de Garibaldi, segundo Alexandre Dumas. Com direito a cenas épicas durante o desfile e ao estilo rococó de Rosa Magalhães. Mas a carnavalesca garante que o lado rebelde do herói ítalo-brasileiro terá mais destaque que o bélico. O Estado do Espírito Santo é o enredo da Caprichosos de Pilares, que se cobrirá de chocolate, porque uma fábrica do produto, com sede no Estado, é a patrocinadora. A bela Mel Brito substituirá, na frente da bateria, Luma de Oliveira , que abandonou o barco. Elza Soares, Angélica e Luciano Huck, Max Fivelinha, Sandra de Sá e Latino estão entre os destaques. A Unidos de Vila Isabel desfilará o enredo Soy Loco por Ti América: a Vila Canta a Latinidad, com Simon Bolívar como herói. A escola vai misturar samba com salsa, rumba e outros ritmos do continente, num enredo eminentemente político. Mas há uma dúvida: o presidente de honra, Martinho da Vila, vai à avenida ou cumprirá a promessa de boicotar o desfile? Ele se desentendeu com a diretoria, mas confessa que não vive longe da escola. A Acadêmicos do Grande Rio, por sua vez, virá com Amazônia: o Eldorado é Aqui, repleta de estrelas globais. A escola terá a atriz Suzana Vieira como a decana das madrinhas de bateria cariocas. Uma multinacional do ramo alimentício patrocina o luxo. A Beija-Flor de Nilópolis tentará o tetra com Do Caos Inicial à Explosão da Vida - Água, a Nave-mãe da Existência. Há poucas celebridades, mas o belo Edson Celulari sairá na bateria. O desfile será teatral e a torcida promete um show a mais na manhã de segunda-feira. Segunda-noite Abrindo a segunda noite do espetáculo, a Porto da Pedra vai prestar várias homenagens no enredo Bendita És Tu Entre as Mulheres do Brasil. A ministra Nilcéia Freire, da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, será um dos destaques da escola, que briga para voltar ao sambódromo no dia 4, no desfile das campeãs. A Porto pode subir e descer do Grupo Especial, mas não perde o charme. A Mangueira defenderá a ecologia com sustentação econômica em Das Águas do Velho Chico Nasce um Rio de Esperança. Também vai levar celebridades à avenida (Alexandre Borges, Júlia Lemmertz, Milton Nascimento, Dira Paes, a cantora Alcione, entre outros). A escola, claro, aposta nos tons de verde e rosa, mas Carlinhos de Jesus reproduzirá os tons terra dos quadros de Portinari na comissão de frente. A Unidos do Viradouro, no enredo Arquitetando Folias, vai falar sobre jeitos de morar e homenageará arquitetos e peões de obra. Seus carros alegóricos terão castelos e barracos. Paula Burlamaqui, Fernanda Keller, Jorge Fernando, Nívea Stelman e Samara Felippo sairão em carros ou no chão e Juliana Paes se apresentará à frente da bateria de Ciça, o homem que pôs o funk na batucada. Com Marcos Palmeira numa das alas, a Mocidade Independente de Padre Miguel terá o enredo A Vida que Pedi a Deus. A bateria apurou e incrementou as paradinhas inventadas por Mestre André nos anos 60 e a comissão de frente terá coreografia desenvolvida por Ana Botafogo, primeira bailarina brasileira, que estréia na função. A música é o tema na Unidos da Tijuca e o carnavalesco Paulo Barros promete até desenhar o som em seus carros alegóricos coreografados. A escola dispensou celebridades e os passistas-turistas em nome da eficiência e harmonia do desfile, mas não abriu mão da beleza de Flávia Borges à frente da bateria. Dona Ivone Lara é a grande dama da Império Serrano, que cantará a religiosidade, com beatos, romeiros, foliões e símbolos da fé brasileira. A ala dos bandolins, comandada por Arlindo Cruz, terá Marcelo D2, Beth Carvalho e Almir Guineto. A Portela fechará o carnaval com Brasil Marca Tua Cara e Mostra para o Mundo. A Velha Guarda sairá na frente, com direito a Zeca Pagodinho, Paulinho da Viola, Monarco e o cartunista Lan, que não é músico, mas portelense de carteirinha. Entre os convidados estão a top model Naomi Campbell e o maestro Quincy Jones.

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