Espanha prende brasileiros por fraude

Quadrilha vendia documentos falsos para imigrantes ilegais

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Por EFE
Atualização:

A polícia da Espanha desbaratou ontem uma quadrilha que vendia documentos falsos a imigrantes ilegais brasileiros. Os papéis eram utilizados para a obtenção de empregos nos países da União Europeia. Foram presas dez pessoas, entre brasileiros, espanhóis e portugueses. A chamada Operação Carioca foi desencadeada nas cidades de Madri, Málaga e Miranda de Ebro, e também resultou no fechamento de dois laboratórios de falsificação. O grupo cobrava entre 600 e 3 mil - aproximadamente R$ 9 mil - por falsos documentos de identidade, certidões de residência e carteiras de motorista de países como Itália, Portugal e Espanha. Com eles, muitos imigrantes conseguiam empregos mesmo sem obter a licença de trabalho cedida pelos países. Os documentos eram entregues aos imigrantes por meio de colaboradores da quadrilha e também pelo correio. A quadrilha também aproveitava os documentos falsos para abrir contas em diversos bancos europeus em nome dos brasileiros, pedir financiamentos e fazer compras a prazo. Por causa desse desdobramento, a polícia determinou o bloqueio de 115 contas bancárias consideradas suspeitas. De acordo com a polícia espanhola, o grupo contava com uma avançada rede de informática e equipamentos de impressão para produzir os documentos falsos. Nos dois laboratórios desmantelados em Málaga, no sul da Espanha, os policiais apreenderam material de informática, cerca de cem documentos prontos, além de matéria-prima para confeccionar outras centenas. As dez pessoas presas ontem se somam às outras 23 detidas - muitas delas brasileiras, embora o governo espanhol não divulgue o número exato - nas primeiras fases da operação, entre junho e outubro do ano passado. Elas responderão por falsificação de documentos, associação ilícita e fraude. No total, foram desmantelados cinco laboratórios de falsificação em território espanhol. De acordo com uma nota do Ministério do Interior da Espanha, as investigações começaram em outubro de 2007, quando foi comprovado que um brasileiro que morava em Madri vendia documentos falsos a seus compatriotas em La Coruña. Segundo a polícia, foi possível ligar esse esquema a outras três quadrilhas que produziam e vendiam as falsificações na Espanha. Outros dois membros do grupo foram presos no Reino Unido, no ano passado. Além dos falsificadores de documentos, a polícia prendeu desde o início da Operação Carioca outras 54 pessoas que possuíam os documentos falsos fabricados e vendidos pela organização.

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