Especialista quer rodízio com mais placas

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Por Agencia Estado
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A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) fez simulações para alterar o rodízio municipal há dois anos, e a conclusão, naquela época, foi que apenas o aumento no número de placas impedidas de circular teria impacto significativo nos índices de congestionamento da cidade. Nesta quinta-feira, a reportagem informou que a empresa fez novos testes e deve anunciar, até o dia 15, mudanças na restrição ao tráfego. O consultor independente Pedro Szaz, que trabalhava com a CET e participou das simulações, afirmou que aumentar a área e o período em que os veículos não podem circular são medidas de pouca eficiência. "Aumentar a área teria um efeito muito pequeno, embora algumas áreas melhorassem", disse. Hoje, a restrição à circulação de automóveis vale apenas no centro expandido, compreendido pelas Marginais do Tietê e do Pinheiros, Avenida dos Bandeirantes, Túnel Maria Maluf e Avenidas Tancredo Neves, das Juntas Provisórias, Luís Inácio de Anhaia Melo e Salim Farah Maluf. Os horários de restrição são das 7 às 10 horas e das 17 às 20 horas, no período de pico da tarde. Para Szaz, a ampliação do horário de restrição, além de melhorar o trânsito nos horários de pico, poderia piorar os congestionamentos nos intervalos entre os períodos de proibição. "Tivemos o rodízio estadual (que valia durante todo o dia) e o resultado nos picos era igual." Das simulações feitas pela CET, apenas o aumento da restrição para quatro placas por dia apresentou efeito significativo. A redução do congestionamento seria, pelo modelo estudado, da ordem de 30% nas lentidões. O índice é igual ao obtido quando o rodízio municipal entrou em vigor na capital. A extensão média da lentidão está, hoje, muito próxima daquela observada tempos antes de a medida entrar em vigor. O atual nível de congestionamento estimula o apoio ao aumento da restrição até mesmo entre especialistas que vêem com restrições o rodízio e acreditam que ele seja apenas uma solução paliativa. "Sou até favorável, porque o sistema não comporta mais o índice de congestionamentos", afirmou o técnico José Heitor Amaral, da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP). Ele, entretanto, admite a medida apenas se ela vier acompanhada de opções para o transporte coletivo. "Tudo isso é válido desde que se ofereça alternativas de transporte para a população." Para Roberto Scaringela, ex-presidente da CET, a única solução é cobrar pelo uso dos corredores nos horários de pico. O pedágio urbano serviria para coibir e disciplinar o uso dessas vias em períodos críticos. "O rodízio ampliado não vai solucionar o problema, mas pode melhorar." Szaz concorda com ele. "O pedágio urbano é muito mais inteligente", disse. "Ele não estaria proibindo ninguém de circular."

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