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Especialistas condenam uso do Exército no Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

Especialistas em direito e segurança pública ouvidos pelo Estado afirmaram ser contra o uso das Forças Armadas no combate ao crime organizado no Rio. "Na minha opinião, as Forças Armadas só deveriam ser utilizadas em casos de grande excepcionalidade", disse o presidente em exercício da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em São Paulo, Orlando Maluf Haddad. "Em tese, não concordo com essa saída, uma vez que eles não são preparados para a finalidade de policiamento", afirmou Haddad. Para ele, o que está acontecendo no Rio é uma demonstração da impotência da policia fluminense no combate ao crime organizado. O coronel José Vicente da Silva, secretário nacional de Segurança Pública no governo Fernando Henrique Cardoso, também é contra o recurso aos militares. "Não se deve usar as Forças Armadas neste momento para fins psicológicos, com o objetivo de intimidar os marginais e reduzir o pânico da população", disse o coronel. "Isso só deve ser feito se a gravidade do problema evoluir, colocando em riscos as instituições." Vicente também entende que as Forças Armadas não estão preparadas para o confronto urbano. "Para que elas possam atuar é necessário que haja planejamento do local e do momento mais adequado para agir. No Exército, os jovens soldados atuam mediante comando, sem iniciativa própria", disse. "Nesses casos, sem o treinamento e a vivência do dia-a-dia com a marginalidade que os policiais possuem, o risco de confronto é muito grande." Na opinião de Vicente, o Exército deveria atuar no apoio aos policiais, que fariam a abordagem e a revista dos suspeitos. Ele defende a criação da Guarda Nacional, que agiria em casos de conflito, greves de policiais e eventos de grande repercussão social, aprendendo na prática a lidar com a população e criminosos. Veja o especial:

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