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Especialistas criticam suspensão do radar à noite

Por Agencia Estado
Atualização:

Especialistas em trânsito criticaram a proposta da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de suspender o uso de radares móveis durante a madrugada. A medida seria adotada para evitar que se repitam casos como o do comerciante Samuel Escobar Carrasco, de 31 anos, assassinado no dia 7 por um PM, após ter discutido sobre uma multa registrada num desses aparelhos. O engenheiro Luiz Botura, especialista em trânsito, classificou como ?destempero? a idéia levantada pela CET. "Não sei quem na CET deu essa idéia, mas essa pessoa ou tem de voltar atrás ou ser tirada de lá?, disse. Botura lembra que a maior parte dos acidentes que causam mortes ocorre durante a noite. ?É justamente o momento em que os radares são necessários?. O médico Fábio Ford Feris Racy, da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), engrossa o coro. ?Não é possível que alguém ache que isso vai melhorar a segurança, não há nenhum argumento técnico que justifique isso. O risco de atropelamento vai crescer?, disse. A CET não quis comentar as críticas. Esposa da vítima presta depoimento A mulher de Carrasco, Rita de Cássia Paganini, de 24 anos, chegou acompanhada dos pais ao 62º Distrito Policial nesta quinta-feira e depôs durante duas horas. Segundo o delegado Gilmar Pasquini Contrera, Rita manteve as mesmas declarações do dia do crime. "Ela disse que os dois voltavam de uma festa quando o marido percebeu um flash do radar e voltou para perguntar o motivo de o aparelho estar no local." A mulher afirmou, ainda, que Carrasco não havia bebido e os dois homens que faziam a vigilância do radar o empurraram até o PM Carlos Roberto Valereano, de 47 anos, efetuar os disparos. Segundo a polícia, Carrasco acumulava desde 2001, seis multas por excesso de velocidade, num total de R$ 1.681,25. Questionada pelo delegado, Rita alegou que os outros funcionários do estabelecimento comercial do marido também dirigiam o veículo e teriam recebido as multas.

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