Esquema especial tenta evitar nova fuga de Andinho

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Por Agencia Estado
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O seqüestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o "Andinho", considerado um dos bandidos mais perigosos do Estado, terá um esquema especial de vigilância para evitar nova fuga da prisão. Líder de uma quadrilha que realizou vários assaltos e seqüestros na região de Campinas, ele e vários integrantes já estiveram presos, mas escaparam. As fugas teriam sido facilitadas pela polícia. "Andinho" chegou a dizer em uma entrevista na TV que pagou R$ 150 mil de propina a policiais. O secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, disse, em Sorocaba, que o bandido não terá chance de nova fuga. Por enquanto, segundo ele, o preso está sob a responsabilidade da Polícia Civil e a vaga para ele no sistema penitenciário ainda não foi requerida. "Assim que for solicitada, vamos colocá-lo num local de onde ele não vai fugir." Será um presídio de segurança máxima, adiantou. Além de evitar a fuga ou o resgate do preso, o esquema visa preservar sua integridade física. O envolvimento do seqüestrador com policiais corruptos o transforma em alvo potencial para queima de arquivo. "Andinho" foi preso na companhia do policial militar Ronaldo Azevedo de Góis Pires, que era seu segurança. O secretário irritou-se ao ser questionado sobre a morte de prisioneiros jurados em unidades da Secretaria. Em Sorocaba, três detentos que se declararam integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) foram levados para uma penitenciária dominada por uma facção rival, que os matou. Outro preso, Carlos Aparecido Pacheco, o "Caó", ex-tesoureiro do PCC, foi achado morto no hospital da Penitenciária de São Paulo. "Não se pode afirmar que foi morto, pois não sabemos do que ele morreu", disse. A penitenciária que receberá "Andinho" será uma das unidades protegidas com equipamentos que bloqueiam o uso de celulares. Furukawa disse que, após os testes realizados em três presídios, três empresas - duas estrangeiras e uma nacional - obtiveram a certificação de que possuem equipamentos adequados para o bloqueio. "Estamos pedindo orçamento sobre o custo de instalação nas penitenciárias para tornar disponíveis as verbas." Ele acredita que, em 60 ou 90 dias terá os equipamentos instalados. O bloqueio não será efetuado em todas as penitenciárias. "Vamos fazer naquelas onde é mais necessário." Atentados Furukawa disse que os atentados contra a Secretaria, atribuídos a integrantes do PCC, cessaram em razão da identificação e prisão de parte dos autores. "Nossa expectativa é de que não voltem a acontecer." Ele citou que foram identificados, presos e indiciados os quatro responsáveis pelo lançamento da primeira granada contra um prédio do órgão. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público. Sobre o outro atentado, em São Vicente, que resultou na morte de um funcionário da Secretaria, disse que as investigações estão bastante avançadas. Houve também a identificação do motoqueiro que jogou a segunda bomba na Secretaria. ?Essa pessoa foi encontrada morta." Outro participante dos atentados, segundo Furukawa, foi morto em um bairro da Capital. As precauções contra possíveis atentados continuam sendo tomadas na maioria das 104 unidades carcerárias do Estado, que abrigam cerca de 70 mil presos. Em muitas delas, os ônibus que transportam funcionários circulam com escolta da Polícia Militar. Furukawa esteve em Sorocaba para discutir a situação da Penitenciária Estadual Antonio de Souza Neto, que abriga no mesmo prédio 409 condenados e mais de 500 presos provisórios. Ele reconheceu que a situação é irregular, mas será corrigida com o término da reforma do Centro de Detenção Provisória (CDP), previsto para o mês de março.

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