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Estação da Luz será repintada com tons claros

Após estudos do Iphan, e com aval do Conpresp, se definiu que a fachada deverá ?puxar para a cor de areia?

Por Vitor Hugo Brandalise
Atualização:

Nos próximos meses, a Estação da Luz, no centro da capital, vai ter de mudar de cor - por determinação do Ministério Público Federal (MPF), a fachada amarela terá de ser repintada em tonalidade mais clara, que se aproxime à dos tempos da construção, entre 1896 e 1901. Na definição da assistência técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a nova pintura deverá "puxar para a cor de areia". A nova tonalidade da estação, definida após estudo cromático que levou um ano para ser finalizado, foi aprovada ontem pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). Anteriormente, passou pelo crivo do Iphan e do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). A repintura está prevista para começar até o fim do ano, conforme cronograma apresentado ao Iphan pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), responsável pela estação. A aprovação dos órgãos de patrimônio pretende dar fim a uma polêmica que teve início a partir da última reforma na Estação da Luz, entre 2003 e 2005. Na época, a técnica de pintura foi questionada - a tonalidade empregada pelos executores da obra foi definida como "amarelo McDonald?s" - e o MPF exigiu que fosse refeita. A CPTM, então, se comprometeu a acatar as determinações. A pintura das estruturas metálicas internas da estação - um "marrom achocolatado", segundo o Iphan - também será refeita e deve assumir tom avermelhado, que lembre ferrugem. O piso de ladrilho hidráulico em diversas áreas do ambiente também será refeito. O objetivo é aproximar a pintura da fachada à tonalidade original - a cor predominante no início do século, segundo o estudo apresentado ao Conpresp, era o cinza. "O que chamava a atenção, com tanto cinza, era o vermelho dos tijolos, esse amarelo simplesmente não existia", afirmou o arquiteto José Saia Neto, um dos responsáveis pela análise do caso no Iphan. "A única pigmentação, nesse caso próxima da cor de areia, era misturada à argamassa das paredes, e não pintada por cima. Agora, a cor da estação chegará um pouco mais perto disso."

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