Estacionamento no metrô atrai 13,5 mil

Estação recebe quase o dobro dos carros que comporta

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Por Redação
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Inaugurado em 22 de dezembro, o estacionamento conjugado com o metrô na Estação Santos-Imigrantes (Linha 2-Verde), na zona sul de São Paulo, está superlotado. Na sexta-feira, dia 3, havia 230 veículos em uma estrutura construída para abrigar 117. A média, nos dias úteis, é de 260 veículos. Com tanta procura, a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) já promete abrir um segundo local, vizinho à área, até 2010. Neste mês deve ser inaugurado o estacionamento conjugado com o Metrô Corinthians-Itaquera (Linha 3-Vermelha), na zona leste. E a companhia promete lançar licitação para mais sete equipamentos até 2010. O valor da tarifa em cada local pode variar. Ao todo, a Companhia conseguiu nesse período atrair para o metrô aproximadamente 13,5 mil passageiros que substituíram o meio de transporte privado pelo público para fazer parte dos deslocamentos. O estacionamento conjugado permite que o motorista deixe o carro ou a moto ali e continue o trajeto como passageiro do metrô. Com um cartão de bilhete único diferenciado, o usuário do sistema paga R$ 8,15 na Imigrantes e tem direito a deixar o veículo por até 12 horas, além de receber duas passagens para usar o transporte público. Horas adicionais custam R$ 1. De 22 de dezembro a 30 de março, 11.638 veículos usaram o equipamento, que funciona todos os dias da semana. Só 190 desses foram motos. Mais 120 ciclistas deixaram as bicicletas no local - sem precisar pagar nada. Foram arrecadados R$ 42.826,80, segundo a companhia. O Metrô recebe 60% do valor pago pelos usuários quando o número de utilizações ultrapassa 2,5 vezes o número de vagas (292 no caso dos veículos, portanto). Abaixo disso, o dinheiro fica exclusivamente com o operador - a Cia. Park Estacionamentos. Segundo um funcionário do local, sexta-feira é o dia em que a procura pelo serviço é maior. Por volta das 15 horas até a área de manobra - antes da catraca de entrada - fica ocupada por veículos. O portão de entrada chega a ser fechado em alguns momentos em que não cabem mais veículos. "Hoje fui a última a entrar. Depois que entrei, fecharam ", disse a advogada Maria José, Ragna, de 58 anos. A superlotação, porém, não influenciou negativamente a opinião dos motoristas-passageiros do metrô. AVALIAÇÃO Barato e bom, apesar de sempre lotado, é como os motoristas avaliam o estacionamento conjugado à Estação Santos-Imigrantes do Metrô da capital. Os usuários não se incomodam nem em deixar a chave com os manobristas - condição para quem chega quando as 117 vagas de carro já estão ocupadas. Cliente há cerca de três meses - mesmo período de existência do equipamento -, o mestre em Educação Gerson Cordeiro da Silva, de 40 anos, sai de Praia Grande (no litoral) para trabalhar na região da Estação Clínicas (Linha 2-Verde), na zona oeste da capital. "Acho legal porque tenho uma economia maior do que se deixasse em estacionamentos próximo da Estação Jabaquara (Linha 1-Azul, na zona sul)." "Vou de metrô até o Sumaré (Linha 2-Verde, zona oeste) umas três vezes por semana. Nesse horário já está cheio", diz a professora de Educação Física Isabel Calleja, de 34 anos. Para facilitar a organização dos veículos, ela avisa os manobristas sobre a hora em que pretende buscar o automóvel. "Eu deixo a chave, como todos." O mesmo faz o professor Carlos Morioka, de 40 anos. "Mas nunca fiquei de fora", afirma ele, que normalmente vai da Santos-Imigrantes até as Estações Tiradentes e Liberdade (Linha 1-Azul, na região central). "Lá no centro, o preço de estacionamento é um absurdo", completa a advogada Maria José Ragna.

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