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Estado passou administração do Ceret para a Prefeitura

Por Sérgio Duran
Atualização:

O governo do Estado passou para a cidade a administração da Fundação Centro Educativo, Recreativo, Esportivo do Trabalhador (Ceret), uma área de 286 mil metros quadrados no Jardim Anália Franco, na zona leste de São Paulo, que era administrada por sindicatos. Apesar de pública e de há cerca de dez anos abrigar até shows de pagode, a área vinha sendo mantida como privada. Quem quisesse utilizá-la era obrigado a pagar uma taxa e fazer carteirinha. A área dispõe de piscinas, uma das quais a maior da América Latina, quadras poliesportivas, pista de cooper e muitos jardins. Segundo o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, o perfil de clube do Ceret fez o Departamento de Parques e Áreas Verdes (Depave) considerar ser mais sensato que a Secretaria dos Esportes cuidasse do equipamento. "Faremos uma parceria, porque há muita vegetação ali também a ser preservada." A transferência de poder sobre o Ceret, porém, não foi tranqüila. A Prefeitura só atentou para o espaço, que, em tamanho, é o sexto maior da capital, depois que o Ministério Público Estadual entrou com representação na Justiça, denunciando uma série de irregularidades na administração do local. O Ceret era administrado por um conselho cuja maioria era de sindicalistas. O governo do Estado tinha representação minoritária, apesar de o terreno ser propriedade pública estadual. A partir da denúncia do MPE, que destacava o fato de as contas da fundação não estarem sendo aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado havia 12 anos, todos os conselheiros entregaram seus cargos. O secretário Eduardo Jorge diz que, apesar dos equipamentos esportivos, a Prefeitura pretende investir no cuidado com a vegetação. Cerca de 80% do Ceret é formado por bosques. Antes de ser parque, a área era tomada por mata atlântica, da qual não guarda quase nenhum resquício. A desapropriação do terreno foi feita na década de 70 pelo governador Roberto Abreu Sodré.

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