Estado se volta contra lavagem de dinheiro por facções criminosas

Primeira reunião do Gabinete de Gestão Integrada da Segurança Pública em São Paulo resultou na decisão de evitar a lavagem de dinheiro e eliminar as contas bancárias que dão suporte às facções criminosas

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Por Agencia Estado
Atualização:

Atacar as finanças do Primeiro Comando da Capital (PCC) é a principal estratégia adotada pelos governos federal e estadual para tentar sufocar a organização. O Departamento de Inteligência Policial (Dipol) levantou centenas de contas correntes usadas pelo crime organizado e vai repassar seus números e nomes dos correntistas para o Ministério da Justiça para que todas sejam bloqueadas pelo Banco Central. O dossiê com as contas será entregue pela Polícia Civil de São Paulo ao Ministério da Justiça na próxima semana. Nele deve constar o caso de um bandido do PCC que movimentava cerca de 200 contas correntes, cada uma delas com cerca de R$ 20 mil. Há ainda contas bancárias de traficantes de drogas ligados à facção que movimentaram de R$300 mil a R$ 500 mil neste ano. Por fim, a Secretaria da Segurança Pública deve mapear os pontos de venda de droga dominados pelo PCC. Essa foi uma das decisões tomadas na reunião que inaugurou o Gabinete de gestão Integrada (GGI) em São Paulo. Do encontro participaram o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça), o comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, o governador de São Paulo, Cláudio Lembo, o diretor da Polícia federal, Paulo Lacerda e os secretários da Segurança Pública, Saulo Abreu, e da Administração penitenciária, Antônio Ferreira Pinto. São Paulo era o único Estado que não integrava o Plano Nacional de Segurança Pública, criado em 2003 pelo governo federal. A adesão foi selada após reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Cláudio Lembo, na sexta-feira passada. Próxima reunião Lembo anunciou que duas reuniões serão realizadas na próxima quinta-feira, 24, na sede do Comando Militar do Sudeste, na zona sul de São Paulo. Segundo informou a assessoria do Palácio dos Bandeirantes, a primeira terá como tema a lavagem de dinheiro, com grupos do Ministério da Justiça e 50 órgãos do Governo Federal, articulados pelo Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional. No segundo encontro, a ser realizado no mesmo dia e local, será discutido o serviço de inteligência da Segurança Pública paulista, com a presença das Forças Armadas e de representantes do serviço de inteligência da Secretaria Estadual da Segurança Pública, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Para o ministro da Justiça, as reuniões do GGI vão aumentar a qualidade de um processo que já existe de integração entre Estado e governo federal, nas áreas de planejamento estratégico, uso intensivo da inteligência e combate à lavagem de dinheiro, a causa final do crime organizado. Ampliada às 15h20

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