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Estratégia combina visibilidade e redução de riscos

Por Cenário: Daniel Bramatti
Atualização:

Longe do palanque fácil das máquinas de governo, José Serra e Dilma Rousseff se lançaram a uma blitz de mídia em busca de exposição até que possam formalmente fazer campanha, a partir de 6 de julho.A escolha de programas populares como palco revela uma estratégia de redução de riscos: nesse ambiente, dificilmente eles serão submetidos a perguntas incômodas. Mesmo que não alcancem diretamente grandes audiências, terão a garantia de repercussão em todos os demais meios de comunicação.Em janeiro, Dilma participou do programa Superpop, apresentado por Luciana Gimenez. A informação mais relevante saída dali foi a de que a então ministra da Casa Civil sabia preparar ovos mexidos. O programa foi assistido por menos de 2% dos telespectadores do horário. Mesmo assim, o encontro foi relatado em mais de 25 mil sites na internet.A mídia regional tem alcance restrito, mas chega diretamente aos nichos de interesse dos candidatos. Não é gratuita a escolha de Salvador, Recife e João Pessoa para o início de uma ofensiva radiofônica de Serra - é no Nordeste que o tucano registra seus piores índices de intenção de voto.Nas viagens pelo País, o presidente Lula costuma reservar tempo na agenda para entrevistas a radialistas locais. A transcrição das conversas costuma revelar baixo teor de jornalismo crítico, o que deixa o presidente à vontade para exacerbar os autoelogios. Os candidatos jamais admitirão, mas é esse ambiente que esperam encontrar.Os riscos, ainda que reduzidos, obviamente existem. Na campanha eleitoral de 2002, quando era uma estrela em ascensão, Ciro Gomes sepultou suas chances de vencer a disputa presidencial em uma quase irrelevante entrevista para uma rádio de Salvador. Foi quando chamou de "burro" um ouvinte que, ao vivo, havia lançado uma provocação ao candidato.

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