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Estreante abre Fashion Rio com desfile conceitual

Ela apresentou peças customizadas com ferro; já a paulistana Rita Wainer ousou no formato do desfile e levou ?deusas gregas? ao evento

Por Fabiana Cimieri
Atualização:

A estreante mineira Luana Jardim, de apenas 22 anos, abriu ontem à noite a 13ª edição do Fashion Rio, na Marina da Glória, com um desfile conceitual. A coleção Specular, inspirada na formatura da faculdade de Design da estilista, apresentou peças elaboradas em diferentes texturas e aplicações de ferro. Os 15 looks foram confeccionados sobre uma base em EVA - uma borracha sintética. As saias, vestidos, corseletes e esplendores refletiam a luz em todas as direções. Alguns modelos pareciam armaduras de guerreiros medievais. Colares, pulseiras e braceletes tiveram espaço de destaque e também foram produzidos por Luana, que utilizou arame retorcido como base para a aplicação do minério de ferro. Os sapatos foram customizados pela estilista, com aplicações de pó de hematita e pirita, também conhecido como ouro de tolo. Luana demorou dois anos para desenvolver toda a coleção. A idéia surgiu durante uma disciplina que cursou na faculdade. A chegada da coleção Specular ao Fashion Rio, segundo a estilista, no entanto, ocorreu por acaso. "O pessoal da MMX (empresa do empresário Eike Batista, um dos patrocinadores do evento de moda) viu a minha coleção de formatura e me convidou", afirmou. Agora, a estilista estuda como desenvolver comercialmente o material. Uma das possibilidades é a sua aplicação em algodão, como no colete que ela usava, que conferiu mais maleabilidade ao produto final. Cada modelo custou em média R$ 2 mil. A segunda grife a desfilar na noite de ontem foi a Lilica Ripilica, de moda infantil. A atriz mirim Sofia Terra e a filha da atriz Flavia Alessandra, Giulia, foram as estrelas da apresentação. A coleção da marca fabricada pela Marisol foi inspirada no tema Beauty Essence, que buscou suas referências nas diversões das meninas enquanto brincam na penteadeira da mãe. Os tecidos utilizados são os mais leves, como cambraia e tricoline. Em algumas peças mais estruturadas, se destacaram o gorgorão e o jeans stretch. Os vestidos vieram em formato de frasco ou ampulheta para ressaltar que a silhueta mais solta deve continuar em alta. Os shorts balonês também permanecem na moda, combinados com blusas de corte evasê. A paulistana Rita Wainer encerrou a noite com a grife que carrega seu nome. Foi uma apresentação performática e descolada de tendências, que teve como tema o tempo e os deuses gregos mitológicos. O bordado teve lugar de destaque na coleção, que mostrou também estampas coloridas e silhuetas amplas. A apresentação de Rita fugiu do formato tradicional dos desfiles. Os convidados entravam na sala e podiam ficar o tempo que quisessem admirando os dez looks criados pela estilista. Três modelos simbolizavam as deusas gregas chamadas moiras e outras sete modelos formavam um relógio, simbolizando o tempo. O cenário, assinado por Frank Dezeuxis, tinha pilhas de cadeiras de plástico e cacos de vidro espalhados pelo chão. CRISE Apesar do desfalque de algumas grifes, como a Colcci, que tem a top Gisele Bündchen como maior estrela, e a Blue Man, de moda praia - que vão desfilar no São Paulo Fashion Week -, a organizadora do Fashion Rio, Eloysa Simão, negou que haja uma crise na semana de moda carioca. "A força do Rio em lançar marcas é inesgotável. Se sai uma grande marca, com certeza outras novas virão. Esse vaivém é normal, mas quando acontece no Rio se faz um alarde e causa uma crise que não existe", afirmou Eloysa, enfatizando que a capital carioca é uma "fazedora de moda e grande lançadora de marcas". Segundo a organizadora, todas as grifes que desfilaram no Fashion Rio e no Fashion Business - a bolsa de negócios do evento - tiveram um crescimento de pelo menos 50% em vendas.

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