Estudante de direito diz que entrou no crime pelo namorado

Ana Paula Jorge Sousa divide cela com mais quatro; namorado continua foragido

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A estudante de direito Ana Paula Jorge Sousa, 21 anos, acusada de integrar uma quadrilha responsável por assaltos a mansões e casas lotéricas de Campinas, disse, em entrevista ao jornal Diário do Povo, que entrou no mundo do crime para proteger o namorado Raoni Renzo Miranda, 18 anos. O rapaz continuava foragido até a noite deste sábado. Já a universitária divide uma cela de 20 metros quadrados com outras 29 presas na Cadeia Feminina de Indaiatuba. Durante a entrevista, concedida em uma sala do prédio da cadeia, na última sexta-feira, Ana Paula - moça loira e bonita - afirmou que é apaixonada pelo namorado e que trocou sua vida de luxo e conforto para correr riscos ao lado dele: "Fiz para proteger o Raoni. Não queria que nada de mal acontecesse a ele". A universitária contou que sua vida começou a mudar quando ela se envolveu com drogas e passou a ser usuária de cocaína: "Esqueci a minha vida em algum lugar e não sabia mais onde encontrar", justificou. Enquanto concedia a entrevista, a Justiça decretava a prisão preventiva de Ana Paula e de outros integrantes da quadrilha. Além dela, também estão presos Orlando Ernesto Carpino e Leandro Pereira Lima, o Lê, ambos de 25 anos. De acordo com a Polícia Civil de Campinas, a função de Ana Paula era dirigir o carro para os parceiros durante os roubos. Ela nega a participação. A família da estudante é de classe média alta. Ela vivia em um prédio de luxo no bairro Cambuí, área nobre de Campinas. O edifício tem um apartamento por andar e a família dela mora no 15º. No apartamento, policiais encontraram objetos roubados. Também foram apreendidas fitas de vídeo e fotografias de Ana Paula segurando um revólver: "Aquilo foi uma estupidez minha. Segurei o revólver por curiosidade, não usei a arma", alegou a universitária. Raoni e Ana Paula namoravam havia dois meses. Ela o conheceu por intermédio de uma amiga. O pai dele, o empreiteiro Roberto Miranda, disse que o filho tem de pagar pelo que fez. A mãe de Raoni também está presa na Cadeia Feminina de Indaiatuba. Ela é acusada de ter seqüestrado um menino deficiente, de oito anos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.