Estudante é seqüestrado e levado de ônibus ao cativeiro

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Por Agencia Estado
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O estudante de enfermagem I.O., de 17 anos, foi seqüestrado, a pé, na manhã de sábado, por dois homens, quando saía de uma escola na Rua Bandeira Paulista, no Itaim-Bibi, zona sul de São Paulo. Ronaldo Fernandes Nunes, de 23 anos, que estava com o irmão Ronilson Nunes, de 24, obrigou o jovem a acompanhá-los, de ônibus, até a Freguesia do Ó, na zona norte. Para chegar ao local que serviria como cativeiro, os irmãos e o estudante trocaram três vezes de ônibus. No trajeto, O. foi obrigado a falar de sua família. A parada final dos seqüestradores foi num bar da Rua Bartolomeu Canto, na Freguesia do Ó. "Vamos tratar com sua família. Se pagarem, vai embora. Se não pagarem, não volta para casa. Vamos te matar", ameaçou Ronaldo. Os contatos com a mãe do estudante foram feitos pela namorada de Ronaldo, Gisele de Souza Baia, de 33 anos. O pedido foi de R$ 5 mil para libertá-lo. "É dinheiro de troco e dá para arranjar rapidinho", disse Gisele, uma ex-garçonete de boate, falando de um telefone público. A mãe do estudante, enfermeira em dois hospitais, avisou a polícia. O delegado Carlos Mezer, do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), disse a ela que negociasse. Ficou estabelecido que ela pagaria R$ 4.300,00. A certeza do sucesso do seqüestro fez com que os irmãos marcassem a entrega do dinheiro para as proximidades do bar da Rua Bartolomeu Canto. Ronilson dissera aos freqüentadores e funcionários do bar que era pastor evangélico. Ao ser preso, estava com uma Bíblia. Os três foram autuados na Divisão Anti-Seqüestro (DAS) Os irmãos disseram ao delegado Mezer que seqüestraram dez pessoas nos últimos 15 dias na região do Ibirapuera e Itaim-Bibi. "Como os valores foram baixos, a maioria das famílias pagou e nem procurou a polícia", acredita o policial. O. contou aos policiais que os irmãos diziam estar acostumados a seqüestrar de ônibus, que era melhor para enganar a polícia. Ao serem presos, um Escort furou o bloqueio próximo ao bar e quase atropelou o delegado Mezer. No volante estava o ladrão Aristeu Pereira, fugitivo, condenado por estelioanto, roubo, furto e falsificação de documentos.

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