PUBLICIDADE

Estudante pode ser punida por forjar seqüestro

Por Agencia Estado
Atualização:

A Divisão de Repressão a Seqüestro (DRS) da Polícia Civil do Distrito Federal gastou tempo e dinheiro à toa, durante uma semana, investigando suposto seqüestro da estudante Tatiana Jannuzzi. Era tudo uma farsa da própria estudante que acabou sendo localizada em São Paulo, para onde viajou à procura de um amigo. Ela foi autuada em flagrante e já está em Brasília. O diretor da Polícia Civil, Laerte Bessa, pretende punir a estudante e encomendou à sua equipe estudos sobre a forma de indiciá-la. No mínimo, responderá por comunicação falsa de crime e poderá ser condenada de um a seis meses de detenção, conforme prevê o Código Penal. Todos os 40 homens da divisão foram envolvidos na apuração do falso seqüestro. ?É muito grave.? Bessa contou que a divisão desconfiava da simulação do seqüestro, mas não podia desprezar os procedimentos seguidos em casos reais. O diretor explicou que a suspeita surgiu porque foi a própria Tatiana quem fez o contato com a família narrando que os seqüestradores pediam R$ 3 mil de resgate. ?Quem liga normalmente é o negociador, não a vítima?, diz o diretor, observando ainda que o valor baixo do resgate reforçou a hipótese de armação. A estudante desapareceu no dia 23 de abril, após deixar a faculdade onde estudava administração. Ela avisou à mãe Ivone Jannuzzi que tinha sido seqüestrada e o dinheiro deveria ser deixado em um envelope dentro de uma lata de lixo na Praça do Relógio em Taguatinga, uma das cidades-satélites de Brasília. A família cumpriu a exigência, sem envolver a polícia, mas acabou denunciando o caso à DRS porque a garota continuava sumida, mesmo após o pagamento do valor pedido. A família está traumatizada e evita a imprensa. ?Respeite a minha dor, estou tentando resolver da melhor forma possível esse problema familiar?, solicitou ontem Ivone. Tatiana deverá depor nesta sexta-feira.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.