Estudante seqüestrado é assassinado a tiros

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Por Agencia Estado
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Dois dias depois de ser seqüestrado na porta de sua casa, o corpo do estudante Fagner Rocha, de 18 anos, foi reconhecido por sua família no Instituto Médico-Legal (IML). Ele havia recebido três tiros. O crime intriga os policiais da Divisão Anti-Seqüestro (DAS). Primeiro porque os bandidos não se preocuparam em receber o resgate de R$ 150 mil, que haviam exigido. Depois, pela forma abrupta e sem motivo com que os contatos entre a quadrilha e a família foram interrompidos. "O fato é que não se trata de um seqüestro comum", disse o delegado Paulo Lew, da DAS, responsável pelas investigações. Os homens da divisão passaram o fim de semana tentando obter informações sobre os autores do crime. Eles sabem que o estudante foi dominado por três ou quatro homens armados às 19h de quarta-feira. Rocha estava sentado na calçada em frente de sua casa, no Jaraguá, na zona oeste de São Paulo. Ele havia chegado fazia poucos minutos mas, como esquecera a chave, aguardava o pai, que é proprietário de um supermercado. Os bandidos obrigaram-no a entrar em um carro e o teriam levado a um cativeiro. Telefonaram então para a família e exigiram o resgate. Na quinta-feira à noite, os contatos cessaram bruscamente, o que chamou a atenção dos policiais. No dia seguinte, a DAS foi informada sobre o fato de o IML ter recebido um corpo com as características do estudante. A vítima havia sido encontrada baleada na noite anteior em um aterro sanitário particular na Vila Penteado, na zona norte. No fim da noite de sexta-feira, a família da vítima reconheceu o corpo do estudante. Para a DAS há três hipóteses para o crime. A primeira é de uma possível vingança. A segunda é Rocha ter sido seqüestrado por uma pessoa conhecida, que resolveu matá-lo para não ser reconhecido. Por fim, a polícia não descarta a possibilidade de seqüestradores inexperientes terem resolvido matar a vítima. Outro estudante, seqüestrado há 26 dias, é libertado Ao mesmo tempo em que realizam buscas para tentar identificar os assassinos de Rocha, os policiais da DAS conseguiram libertar uma outra vítima de seqüestro em São Paulo: o estudante Maher Ahmad Ayaxhe, de 19 anos. Há 36 dias seqüestrado, Maher foi encontrado com mãos e pés amarrados em uma casa em Suzano, na Grande São Paulo. O líder dos seqüestradores e outro bandido foram presos. Eles são suspeitos de envolvimento em outros cinco seqüestros. O estudante havia sido dominado no dia 14 de novembro por dois bandidos armados quando saía de um show no clube Juventus, na zona leste de São Paulo. Durante o tempo em que esteve no cativeiro, ele só podia se mexer para ir ao banheiro da casa. Os policiais da DAS conseguiram descobrir onde a vítima estava depois de uma denúncia sobre a identidade de um dos seqüestradores. Detido, o bandido revelou aos policiais o local do cativeiro e delatou seus comparsas. O líder da quadrilha foi preso no cativeiro, onde estava escondido para escapar das investigações da DAS.

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