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Estudantes decidem manter greve na USP

Por Agencia Estado
Atualização:

Os estudantes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo decidiram nesta quinta-feira continuar a greve que paralisa a unidade há mais de dois meses. A assembléia que decidiu pela continuação do movimento reuniu cerca de 500 alunos, que rejeitaram, com folgada maioria, a proposta da reitoria de contratar 91 novos professores. Segundo cálculos dos estudantes, seria necessário contratar 259 docentes para pôr fim aos problemas de superlotação das salas de aula e cancelamento de disciplinas. Segundo o diretor da FFLCH, Francis Albert, mesmo que a greve tivesse acabado nesta quinta, as aulas só seriam retomadas perto do dia 20 ou mesmo no mês de agosto. "Muitos professores estão em férias ou em congressos", disse Albert. No caso de as aulas começarem apenas em agosto, o diretor vê duas saídas possíveis para não haver prejuízo para o curso: o cancelamento puro e simples do primeiro semestre, uma forma de ser eliminada a necessidade de pré-requisito para as disciplinas ou a elaboração de um calendário especial, no qual o segundo semestre começaria só em outubro. "Ainda não corremos o risco de perder o ano", garantiu o diretor. A congregação da FFLCH, que reúne professores, funcionários e alunos, também decidiu que os 91 professores não são suficientes e que as negociações com a reitoria devem continuar. "Depois da decisão da congregação, era óbvio que a greve não iria acabar", disse Renato Soares Bastos, estudante de História que participou da comissão de negociação com a reitoria. "Os estudantes perceberam que têm um papel de decisão fundamental na faculdade." Na assembléia, a maioria dos cerca de 60 esudantes que discursaram pedia para que os colegas continuassem mobilizados para que o movimento não perdesse a força, única forma de se conseguir mais docentes para a FFLCH.

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