Estudantes no Rio lembram morte de Edson Luís

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Por Agencia Estado
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Cinco mil estudantes ? na avaliação da Polícia Militar ? realizaram nesta quarta-feira manifestação pelo passe livre nos ônibus e, também, a favor da instalação da CPI da Corrupção. O ato, comandado pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e pela União Nacional dos Estudantes (UNE), começou na Candelária (centro) e terminou na Cinelândia, em frente à Câmara Municipal. Houve confusão, estudantes foram detidos pela polícia e um fotógrafo do jornal O Globo foi agredido por manifestantes. Esta quarta-feira marcou os 33 anos da morte do estudante Edson Luís por agentes da repressão da ditadura militar. A PM colocou 200 homens e 20 viaturas na área. Mais de vinte soldados do Batalhão de Choque isolaram a escadaria que dá acesso à Câmara. No fim do ano passado, quando foi votada a lei 3167/2000 ? que limitou em 60 por mês as viagens gratuitas a que os estudantes têm direito nos ônibus ?, houve invasão do plenário da Casa e pancadaria. Num dos momentos de maior tensão, nesta quarta, o comandante do 13º Batalhão da PM, coronel Hélio Luiz, subiu no carro de som que comandava a manifestação e, pelo microfone, ordenou que um grupo de policiais se afastasse dos estudantes. Estiveram presentes ao ato os vereadores Fernando Gusmão (PCdoB) e Eliomar Coelho (PT) e o secretário estadual de Transportes, Luiz Alfredo Salomão. Os políticos fizeram denúncias de corrupção na Câmara Municipal. ?Correu muito dinheiro para aprovar essa lei. Tem dinheiro por trás dessa negociata. É um escândalo?, discursou Salomão, que lembrou do tempo em que estudava no Colégio Pedro II e quebrava bondes quando as passagens aumentavam. O ex-presidente da UNE, Lindbergh Farias, também compareceu e chamou o ex-prefeito Luiz Paulo Conde (PFL) de ?corrupto?. ?Luiz Paulo Conde levou dinheiro da Fetranspor?, acusou, referindo-se ao sindicato das empresas de ônibus. De acordo com Fernando Gusmão, a lei aprovada no fim do ano passado não tem legitimidade. ?Conde propôs a lei a quatro dias do fim de seu mandato, quando ele e 50% dos vereadores que a votaram já estavam derrotados nas urnas?, disse. Para o vereador do PCdoB, cabe ao prefeito César Maia (PTB) enviar nova mensagem à Câmara, revogando os dispositivos dessa lei que, afirma, prejudica não só os estudantes, mas também deficientes e idosos. Uma ação de inconstitucionalidade, impetrada pelo deputado federal Carlos Santana (PT-RJ) tramita desde o dia 15 de dezembro de 2000.

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