Estuprador ataca estudante no campus da USP

Universitéria foi atacada quando se dirigia ao Centro de Práticas Esportivas da USP

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Universidade São Paulo (USP) foi escolhida mais uma vez por um estuprador como local para a prática do crime hediondo. Na noite de sexta-feira, dia 3, uma universitária de 21 anos que saía do Conjunto Residencial da USP (Crusp), em direção ao Centro de Práticas Esportivas da USP (Cepeusp), foi atacada. Além de sofrer o estupro, a aluna da universidade alega ter sido mal atendida pelos Guardas Universitários que a socorreram. Os estudantes já se mobilizaram e prometem manifestações. A jovem de 21 anos caminhava pela Avenida Professor Mello Moraes, uma via do Crusp, na altura do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), às 22h30, quando foi abordada por dois outros estudantes que produziam um vídeo sobre violência e assuntos gerais. "Ela parou para dar a entrevista. Os outros alunos perceberam que havia um homem negro atrás dela, mas não desconfiaram que ele a seguia. Assim que ela começou a responder às perguntas, o homem continuou andando, olhando para baixo", contou uma amiga da estudante, que teme ser identificada. O suspeito não foi filmado pelos alunos. Depois da entrevista, a universitária seguiu pela rua. Cinco minutos depois foi atacada, pelas costas. O criminoso, apertando um objeto cortante de metal contra seu corpo, sussurrou em seu ouvido: "Continua andando e pula a cerca comigo. Se você me olhar, morre". Apavorada e com as pernas tremendo, a aluna pulou a cerca que dá acesso ao centro de esportes. Em um local ermo, com o mato alto, ela foi brutalmente atacada, sob constante ameaça de morte. Após o crime, o estuprador a abandonou e pulou a mesma cerca. Ela foi obrigada a ficar deitada no chão, sem olhar para trás. Seus objetos ficaram espalhados pelo local do crime. Em estado de choque e sem blusa, ela pediu socorro aos vigias do Cepeusp, na portaria central. No entanto, mesmo vendo as escoriações espalhadas pelo corpo da jovem e seu pânico, os seguranças duvidaram de seu relato. "Eles fizeram com que ela repetisse mais de cinco vezes o ataque, em detalhes, para se certificarem de que ela não estava inventando a história", contou a amiga. Enquanto isso, o criminoso saía tranqüilamente da Cidade Universitária. Depois de muita insistência da aluna, os vigias decidiram acionar a Guarda Universitária, que também demorou a registrar a ocorrência. Os guardas ainda a levaram, ferida, para fazer uma ronda para reconhecer o estuprador. Somente uma hora depois, a vítima e a amiga foram levadas de carro ao 93º DP (Jaguaré). O crime foi registrado, mas a polícia ainda não começou as investigações. De acordo com a lei, para que seja instaurado o inquérito policial, a vítima deve, agora, voltar à delegacia e representar sua vontade para que o estupro seja apurado.

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