Europa deve reduzir distância mínima entre aviões em vôo

Medida pretende desafogar tráfego aéreo e deve ser colocada em prática em cinco anos

PUBLICIDADE

Por Alaor Barbosa
Atualização:

Os governos europeus devem reduzir a distância mínima entre os aviões que estão em vôo para apenas um quilômetro de distância visando a desafogar o tráfego aéreo, que tende a continuar crescendo, especialmente nas grandes cidades. Essa distância, atualmente, é de dois quilômetros e a mudança deve ocorrer ao longo dos próximos cinco anos. A afirmação é do vice-presidente sênior da divisão Air Systems do grupo francês Thales, Alexandre Begougne de Juniac, um dos maiores fabricantes de radares e equipamentos de controle de vôos aéreos e de defesa, em palestra na Câmara de Comércio França-Brasil.   Para que isso ocorra, porém, o setor terá de fazer pesados investimentos nos diversos equipamentos que hoje controlam os aviões. "O caos aéreo é uma realidade em diversas partes do mundo", comentou Juniac, sem citar o Brasil especificamente. Além dos atrasos nos vôos, há o problema do extravio de bagagens e das filas de espera, além das reclamações dos moradores próximos aos aeroportos quanto ao barulho das aeronaves.   O executivo disse que vários controles de aviões hoje ainda são realizados de forma manual, através de anotações em papel. E ele defende que isso passe a ser eletrônico. "Quando um avião sai de uma área controlada por uma equipe e passa a ser monitorado por outros operadores, tem de haver a atualização em tempo real das informações sobre as condições do vôo. Hoje isso não está ocorrendo", observou, acrescentando que essa sistemática reduz a segurança no transporte aéreo.   Juniac observou que o Brasil "inevitavelmente" terá de investir muito em controle aéreo, devido às dimensões continentais do País. E ele é de opinião que os controles que forem implantados nos países desenvolvidos terão de ser replicados no País. "Do contrário, as autoridades de alguns países não permitirão que os seus aviões voem para esses países. Os padrões de controle têm de ser semelhantes a nível mundial", complementou.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.