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Ex-cabo confessa roubo de armas e aponta cúmplices

Joelson Basílio da Silva confessou ter sido o mentor da invasão do Estabelecimento Central de Transporte (ECT) e do roubo de dez fuzis e uma pistola

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-cabo do Exército Joelson Basílio da Silva, de 23 anos, confessou ter sido o mentor da invasão do Estabelecimento Central de Transporte (ECT) e do roubo dos dez fuzis e da pistola, no dia 3, no Rio. As armas foram recuperadas na terça-feira, dia 14. O Ministério Público Militar (MPM) considera ter material suficiente para sustentar denúncia contra Silva e contra o ex-soldado Carlos Leandro de Souza, de 22 anos, delatado pelo ex-cabo. Os dois ex-militares já trabalharam no ECT. Silva, que era lotado no quartel até o mês passado, é morador do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio. No depoimento, prestado nesta quarta-feira, dia 15, quando foi preso, ele apontou a participação no assalto de cinco civis, que também vivem no conjunto de favelas. Com Silva e Souza, eles teriam entrado no quartel à procura do armamento, enquanto outros criminosos ficaram do lado de fora. Os dois militares estão presos temporariamente. Provas Souza não confessou o crime, mas há indícios da participação dele na invasão. A situação de Silva, no entanto, é a mais complicada: impressões digitais suas foram encontradas no portão do ECT. Outra prova contra ele é o depoimento de uma sentinela do quartel, que estava de plantão e o reconheceu - pela voz, compleição física e jeito de andar (os criminosos estavam com os rostos cobertos por toucas ninja). Além disso, ele foi reprovado no teste com o detector de mentiras. Silva e Souza teriam pulado o muro do ECT com a ajuda de pelo menos mais quatro ex-militares. A ação foi filmada e as imagens mostram o momento em que os invasores espancaram as sentinelas. Os dois estão presos no quartel da Polícia do Exército, na zona norte. O promotor do MPM Antônio Carlos Facuri acredita que a denúncia, por roubo triplamente qualificado (efetuado por mais de dois agentes, com emprego de arma e contra pessoas que estavam de serviço), sairá na semana que vem. A pena varia entre 4 e 15 anos de prisão, a princípio (com agravantes há um acréscimo de um terço até metade da pena). Suspeito O ex-cabo do Exército Leandro Saturnino, de 22 anos, detido na Rocinha, na terça-feira, pela PM, durante a operação do Exército em busca das armas roubadas, também é considerado suspeito, mas não há informações sobre sua participação direta no crime. Hoje, em entrevista à TV Globo, o chefe do Estado Maior do Comando Militar do Leste (CML), general Hélio Macedo, deu nova explicação sobre a forma como os militares chegaram às armas roubadas, apresentadas à imprensa na terça-feira à noite. Ele disse que uma equipe do setor de inteligência, à paisana, encontrou o armamento, numa trilha em São Conrado. Na terça-feira, ele havia declarado que um informante passara de motocicleta e avisara militares de plantão na Rocinha sobre a localização das armas. Já na quarta, declarou que denúncias que chegaram ao CML foram determinantes. Explicação também dada na quarta-feira foi a de que traficantes estavam sofrendo prejuízo com a asfixia das favelas e se livraram das armas para que as tropas partissem. Segundo o setor de relações públicas do CML, as informações não eram muito claras e precisas inicialmente, daí a confusão.

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