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Ex-diretor de hospital reconheceu criminoso

Por Clarissa Thomé
Atualização:

O médico pneumologista Carlos Alberto Chaves, de 57 anos, surpreendeu-se ao olhar o jornal na manhã de ontem. Ex-diretor do Hospital Getúlio Vargas (HGV) e atual coordenador das emergências do Estado, ele reconheceu imediatamente o bombeiro Antônio Lázaro da Silva Franco como o homem que se disfarçou de agente federal para assaltar o empresário M.A.S., numa ação frustrada pela reportagem do Estado. Lázaro trabalhava no HGV, controlando as visitas da emergência. "Só não caí duro porque sou tinhoso", resumiu Chaves. "Liguei imediatamente para o secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, que se comunicou com a Secretaria de Segurança, e em seguida telefonei para o delegado Fernando Morais, da Anti-Seqüestro, de quem sou amigo. Dei todas as indicações do endereço dele." Com 40 homens da DAS, o delegado Fernando Morais seguiu para a casa de Lázaro, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Lá, o delegado encontrou a mãe e a mulher do bombeiro, que tiveram uma crise de choro e se recusavam a acreditar no envolvimento de Lázaro e Tito Lívio de Paula Franco no crime. Acabaram revelando que os primos estavam em contato com o advogado. Após negociar com o delegado, Lázaro se entregou numa rua perto de casa e convenceu o primo a desistir da fuga. Tito se apresentou à polícia em frente a um supermercado, em Caxias. Chaves disse que ainda não se recuperou do choque. De estilo duro e brigão, ficou conhecido como o diretor que moralizou a emergência do HGV - chegou a denunciar à polícia, por omissão de socorro, os médicos que se atrasavam ou faltavam plantões. "Mas esse episódio me deu um susto brutal. Eu pensei: ?estou dormindo com o inimigo.? Depois as pessoas questionam por que tenho seguranças", disse.

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