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Ex-foragido admite intenção de se unir às Farc

Alexandre de Donato, de 14 anos, disse que "bolou sozinho" o plano de fuga, mas a polícia ainda investiga se houve aliciamento

Por Agencia Estado
Atualização:

O estudante Alexandre de Donato, de 14 anos, confirmou à Polícia Federal que pretendia se alistar às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), mas negou que tivesse sido aliciado ou recebido ajuda de alguém ligado ao grupo guerrilheiro. Ele passou a noite num alojamento da Superintendência da Polícia Federal, em Manaus, e deve chegar ao Rio hoje à noite. "Ele insistiu muitas vezes que não teve ajuda de ninguém, mas vamos investigar se houve aliciamento, ou se ele foi induzido por alguém para fazer a viagem. Ele tinha muitas informações sobre como chegar à região da guerrilha", afirmou o delegado José Serpa, que interrogou Alexandre. Serpa disse que o estudante falou pouco. Ele negou que tivesse problema com os pais e contou que "bolou sozinho" o plano de fuga. Alexandre disse ao delegado que se sentiu traído pelo amigo Bruno de Oliveira, de 17 anos, que entregou antes do prazo o bilhete endereçado aos pais. A viagem de Alexandre rumo à Colômbia foi interrompida por volta de 16 horas de sábado, quando ele foi encontrado próximo a Manaus. Ele já havia passado três dias num ônibus até Belém, três dias num barco entre a capital paraense e Santarém, onde trocou de embarcação para seguir por mais três dias até Manaus. Segundo policiais, Alexandre reagiu com irritação por ter sido impedido de continuar a viagem. Ele falou brevemente com a mãe, Catarina Paccagnela, e largou o telefone enquanto falava com o padrasto, Murilo Souza. Ainda de acordo com os agentes ele recusou-se a falar com a avó e reagiu da seguinte forma, quando perguntado se queria conversar com a irmã: "Eu não falo com ela em casa, vou falar longe por quê?". Aos policiais, Alexandre disse que não tinha mais nenhum objetivo no Rio. O avião que levava Catarina e Murilo para Manaus pousou no Aeroporto Eduardo Gomes as 14h40. O garoto foi entregue aos pais e voltou no mesmo avião para o Rio. De acordo com os agentes, o reencontro foi frio. "Foi sem emoção, não houve lágrimas, choro. A impressão é que ele foi atrapalhado pelos pais", disse o policial.

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